Meu bem, eu tô cansada de discussões que não levam a lugar nenhum. Estou cansada de te machucar com palavras. Farta de implorar atenção. Arrependida de ter esquecido aquela lição antiga que eu sempre ensino as criaturas que aquecem meu coração (inclusive você): a gente não pode dar o que não tem! (isso porque nem pedi nada).
Também estou cansada de ser machucada pelas suas palavras. Admito que se você disser "parafuso" é capaz que eu me debulhe em lágrimas. Tô cansada de ser forte, prática, ter todas as respostas. Me deixei levar pela empatia, pela conversa que fluía fácil e pela expectativa surda que nos consumia quando nossos olhares se cruzavam. E como tudo que é bom (assim como o que é ruim) acaba...
...Não preciso dizer o desfecho da história. Imagine. Basta entender que um punhado de palavras mal colocadas tiveram o poder de uma hecatombe do mal sobre mim. Eu queria tanto me fazer entender. Logo eu que uso tão bem as palavras...Eu queria ser menos infantil e mais prática, mas a dor da perda e da rejeição é muito maior. Tenho medo do futuro. Medo de perder sua companhia para sempre.
Queria te pedir pra ficar, mas ao mesmo tempo acho melhor você ir embora porque eu estou acostumada com a dor da perda. Eu perdi foi a mão de lutar pelo o que eu quero. Sou orgulhosa demais para admitir que eu quero você o dia inteiro, o tempo todo. E o orgulho fala ainda mais alto quando eu sei que essa é a última coisa que você quer de mim (eu acho). Talvez você queira essa ânsia toda vindo de outrem. Não de mim.
Me pediu para confiar no que você sente. Juro que gostaria de confiar, mas eu não sei como. Será por que eu quero provas românticas como rosas azuis ou uma serenata? Deve ser. Eu quero sempre mais, como diria a música. Eu só me esqueço que para certas coisas na vida é preciso paciência, deixar acontecer. Difícil é deixar uma criatura inquieta como eu praticar esse lema. Você mesmo vivia reclamando da minha pressa, da minha urgência. Sabe o que é isso? Medo de morrer. De deixar os assuntos pendentes.
Por mais irônico que seja, ainda sinto aquelas ondas de afeto quando te vejo. Não tem nada a ver com desejo. Tem a ver com empatia pura e simples. Não queria dizer adeus pra você. Nem deixar de fazer parte da sua vida. Mas considerando que eu gosto de numerologia e que estou em um "ano 7" e você está em um "ano 9", era natural que rompêssemos. Ou isso ou simplesmente desgastou. Da sua parte, é claro. Porque nunca cansei de você.
Outra coisa que incomoda é que fico com a sensação de que ainda havia muito a dizer. Muitas figurinhas pra contar, muitos drinques pra beber, um estoque de papo furado sem fim...
E a sensação horrível de que você não me quer por perto de forma alguma. É isso que me mata. Consigo lidar com tudo, menos indiferença. Indiferença me mata!
Não vou dizer adeus. Vou dizer um "oi". Porque é isso que a gente diz quando queremos que alguém permaneça: " Oi, por favor fique. Tá tudo bagunçado, mas logo tudo volta ao normal ". Eu sorrio. Você sorri. E tudo recomeça. Porque sou dessas que passo por cima de qualquer grosseria pelo simples prazer de brincarmos juntos.