27 de fevereiro de 2012

POSSO SER SINCERA?

                                     

Sinceramente, vai dizer que tua espinha nunca arrepiou quando alguém veio com esse papo de "posso ser sincera (o)" ?

Pois já me arrepiei muitas vezes.

O meu estômago despencou para os pés, tamanho o pânico!

E dia desses, lendo a Criativa de janeiro/2012, perguntaram a Regina Casé em que ocasiões ela mente. Ao que ela respondeu: Em muitas! Mentir é uma coisa boa.

E cita uma frase do escritor Ariano Suassuna que ela adora, (e que eu passei a adorar depois que li): " Tenho horror quando chegam a mim e dizem: ' vou ser sincero com você '. Penso: 'Lá vem grosseria' ".

E Ariano tem toda razão. Porque sempre que tentam ser sincero com você, a pessoa "sincera" escolhe a pior maneira possível para ser, já reparou?

E pode ter certeza que você já chateou alguém com sua sinceridade, acredite!
Será que, sinceramente, não dá para fingir que não viu? Ou que não está acontecendo?
Sabe disfarçar? Ser sutil? Prezar pela discrição?
Então.

Verdade é bom. Mas mentira também é. 

Se eu fosse dizer tudo que penso, acho que não teria mais um amigo. Tampouco um dente na boca. Entre a verdade que vai pôr tudo a perder, e a mentira salvadora, escolho a segunda opção, sem dúvidas!

Esta que vos escreve também já foi chateada por gente sincera demais.

Ele me disse um dia que se eu me vestisse melhor, cuidasse melhor do meu corpo e do meu cabelo, eu arrasaria. Infelizmente eu não pude estapeá-lo porque estávamos no MSN, mas olha Pedro, se você lê este blog, saiba que eu ODIEI este teu comentário infeliz!

E Fernando, eu sei que preciso perder peso, mas...pensando bem, vou perder coisa nenhuma porque não sou obrigada!

Não estou fazendo uma ode à mentira.

Estou fazendo uma ode a uma vida com mais leveza, delicadeza, respeito.
Não use a tua franqueza para machucar alguém. 
Não use a tua sinceridade como arma.

A propósito, posso ser sincera: - há uma diferença sutil entre ser sincero, e ser cruel.
Espero que vocês aprendam. Principalmente vocês, Pedro, Fernando e todos os sincerinhos de plantão.



26 de fevereiro de 2012

DESAPEGA!

                                             Fonte: Autor Desconhecido




Sexta-feira de manhã, enquanto o ônibus descia a Rua Gomes, (uma rua antes de chegar
ao meu trabalho) eu senti a velha melancolia que eu sinto de segunda à sexta.
O velho medo de abrir a porta e nunca saber o que eu vou encontrar.
Mas daí eu chego, abro a porta, cumprimento as pessoas e chego a minha mesa e dou uma breve olhada na minha agenda, que deixo aberta em cima da mesa. Com o que ficou pendente para o dia seguinte.
Mas este post não é para falar do meu trabalho. Até porque todo mundo sabe que trabalho muito. É para falar da constatação que tive sexta-feira de manhã. Na Rua Gomes. Enquanto eu sentia a melancolia. A "Dani boa" dizendo que não havia motivo para meu mau humor matinal. E a "Dani má" mandando a boa dar um tempo, porque eu gostava é de ser furiosa mesmo.
Após retomar o controle da minha mente (a muito custo, porque é uma mente inquieta), fiquei chocada ao constatar que a "Dani má" tem razão!
Sempre achei charmoso gente mal-humorada. Porque de algum modo, o mau humor acaba se tornando uma coisa cômica. Mas isso é algo que eu acho. As pessoas ao meu redor nunca manifestaram a sua opinião. Pelo menos pra mim.
Minto, conforme o dia vai passando e começam a pipocar problemas no departamento financeiro e na logística, os meus passos vão ficando mais pesados, o meu rosto vai se ganhando uma expressão irada e a galera da expedição começa a reparar e dizer para eu não ficar brava. Daí eu olho para eles e aperto os olhos, como se eu quisesse enxergar melhor. 
Eu não acho bonito ficar mal-humorada direto. Perder a paciência no primeiro round.
Eu queria ser zen. Calma. Doce. Delicada.
Mas como ser respeitada sendo zen, calma, doce, delicada?
As pessoas que eu tenho de lidar só entendem na base da intimidação, da voz grave, da raiva.
Às vezes quando fico muito abismada com o que ouço. Eu começo a rir. Rir demais. E o riso contagia.
Não é loucura?
É.
Eu quero ser uma mulher que respira fundo, que conta até 10 antes de encarnar a Vera Verão (saudade eterna) e gritar "eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeepa, veja lá como fala". Uma mulher 
classuda, elegante. Que não vence pelo grito, vence pelo argumento.
Admito que curto quando dizem que sou brava. Passei uma vida inteira ouvindo que eu era calma. Que não perdia a paciência. Ah, você me vê assim? Então toma!
Ser brava, sim. Mas sem perder a razão. E por que não, a ternura.

***

Eu ando me cobrando muito.
São muitos sonhos. 
Na verdade não são sonhos, são planos. 
Tem uma diferença entre sonho e plano, mas depois eu explico.
Eu tenho muitos planos, um dia só tem 24h e bem, no tempo que sobra depois de trabalhar,
tenho que me dedicar a eles.
Até fiz uma agenda para me ajudar, mas não tô dando conta.
E tenho me cobrado (mesmo que ninguém cobre).
E me sinto mal.
Me deixo vencer pelo cansaço. Digo que é "só hoje". Me esqueço. 
Os dias passam rápido demais. E quando dou por mim, já é março e não consegui fazer
nada do que planejei. PORRA!
Decidi que darei pequenos passos. Olharei todos os dias as metas da minha agenda.
Derramar nos meus planos a minha alegria, roubando para mim os versos de "Mentiras",
da Adriana Calcanhoto.



13 de fevereiro de 2012

PERDER É FUNDAMENTAL

                                          Fonte: Autor Desconhecido


Este post mais uma vez é inspirado em minha amiga Ariana.
(Aliás, admito que ela é inspiradora. O post posso devolver? foi inspirado nela.)
Enfim, mais uma vez minha amiga dividiu um dissabor da sua vida comigo.
Comentou que ela gostava de dar a última palavra.
E foi aí que fiquei pensando a respeito disso. Dar a última palavra. O ultimato.
É cansativo encerrar todas as discussões no grito.
É cansativo vencer todas as competições em que se joga.
É cansativo saber que todos os seus oponentes já entram em campo intimidados.
É cansativo ser bom em tudo, ser o melhor, ter as melhores ideias.
Você vira refém.
E por isso perder é fundamental.
A derrota faz você parar. Desacelerar. Reavaliar.
Admito que dói. E como.
Mas é um mal necessário.
Porque as vitórias não vão te preparar para a vida e seus meandros, suas reviravoltas, suas surpresas. Elas (as vitórias) te deixaram imbatível, sem dúvida. Mas te deixaram mimado, cheio de arrogância. E uma vez que você ganha, você vai querer ganhar de novo. E isso exige preparo, dedicação, uma pitada de sorte. E ao correr atrás deste "ritual de vitória" é capaz  de você perder uma parte importante da sua vida.
Por mais certo que você esteja, fique calado. Não retruque. Apenas ouça o outro lado. Será que você está certo mesmo? Será que por acaso, você está errado?
Não dê a última palavra. Deixe que o outro dê. Apenas observe. 
Não faça o jogo do outro. Se ele te provocar, finja que não viu. Mude seus hábitos.
Na melhor das hipóteses, você vai desestabilizar o oponente. E isso é ruim, por acaso?
Isto não é um post incentivando a sermos eternamente derrotados, resignados, conformados.
Nada disso.
É para você parar, pensar e reavaliar seus atos. Principalmente se você for um latino de sangue fervente correndo em suas veias.
Ou se você é o tipo de gente que encara as vitórias com desdém, como algo previsto no script, mas se desespera sempre que sofre um revés. 
Perca!
Perca a cabeça, o controle, a razão, a hora, a vergonha.
E ganhe.
Ganhe coragem, audácia, vigor para dar continuidade ao projeto mais importante da sua vida: VOCÊ!





6 de fevereiro de 2012

GUERRA FRIA

                                           Fonte: Autor Desconhecido

É como uma guerra fria.
Eu não vou.
Você não vem.
E os dias vão passando.
Vou vivendo.
E fingindo que não dói mais.
Mas de verdade. Não dói.
É só uma melancolia doce.
Curiosidade.
Uma saudade que não tem fim.
Saudade de você?
Ou saudade do passado?
Daquilo que poderia ter sido.
Mas não foi.
E não há de ser.
Pelo menos nessa vida.

5 de fevereiro de 2012

EFÊMERA

                                                           Artist: Pat Farrell 




Só sabe o quanto a vida passa rápido aquele que já viu a morte de perto.
Perto demais. Quase ao seu lado. Ou ao seu lado mesmo. Tangível.
Você fica se perguntando: -  porque não você? E sim o outro.
Pare de se perguntar e simplesmente vá viver. Carpe diem!

***
Um ano passa rápido demais.
Quando eu fechar os olhos, vai ser Carnaval.
Quando abrir os olhos novamente, vai ser Natal.
E quando eu perceber, estarei refazendo os rituais de réveillon, de novo!
Na verdade os dias passam rápido demais.
E que os dias passem velozes, então, mas cheios de graça, alegria e luz!

***
Cansada de jogos estúpidos. 
Falta de atitude. 
Disse que me disse.
Perder tempo com "mimimi".
Perder o foco.
Perder a paciência.
Perder os prazos.
Uma certeza: em alguma parte do processo, estou errando. Me resta saber ONDE.