26 de fevereiro de 2012

DESAPEGA!

                                             Fonte: Autor Desconhecido




Sexta-feira de manhã, enquanto o ônibus descia a Rua Gomes, (uma rua antes de chegar
ao meu trabalho) eu senti a velha melancolia que eu sinto de segunda à sexta.
O velho medo de abrir a porta e nunca saber o que eu vou encontrar.
Mas daí eu chego, abro a porta, cumprimento as pessoas e chego a minha mesa e dou uma breve olhada na minha agenda, que deixo aberta em cima da mesa. Com o que ficou pendente para o dia seguinte.
Mas este post não é para falar do meu trabalho. Até porque todo mundo sabe que trabalho muito. É para falar da constatação que tive sexta-feira de manhã. Na Rua Gomes. Enquanto eu sentia a melancolia. A "Dani boa" dizendo que não havia motivo para meu mau humor matinal. E a "Dani má" mandando a boa dar um tempo, porque eu gostava é de ser furiosa mesmo.
Após retomar o controle da minha mente (a muito custo, porque é uma mente inquieta), fiquei chocada ao constatar que a "Dani má" tem razão!
Sempre achei charmoso gente mal-humorada. Porque de algum modo, o mau humor acaba se tornando uma coisa cômica. Mas isso é algo que eu acho. As pessoas ao meu redor nunca manifestaram a sua opinião. Pelo menos pra mim.
Minto, conforme o dia vai passando e começam a pipocar problemas no departamento financeiro e na logística, os meus passos vão ficando mais pesados, o meu rosto vai se ganhando uma expressão irada e a galera da expedição começa a reparar e dizer para eu não ficar brava. Daí eu olho para eles e aperto os olhos, como se eu quisesse enxergar melhor. 
Eu não acho bonito ficar mal-humorada direto. Perder a paciência no primeiro round.
Eu queria ser zen. Calma. Doce. Delicada.
Mas como ser respeitada sendo zen, calma, doce, delicada?
As pessoas que eu tenho de lidar só entendem na base da intimidação, da voz grave, da raiva.
Às vezes quando fico muito abismada com o que ouço. Eu começo a rir. Rir demais. E o riso contagia.
Não é loucura?
É.
Eu quero ser uma mulher que respira fundo, que conta até 10 antes de encarnar a Vera Verão (saudade eterna) e gritar "eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeepa, veja lá como fala". Uma mulher 
classuda, elegante. Que não vence pelo grito, vence pelo argumento.
Admito que curto quando dizem que sou brava. Passei uma vida inteira ouvindo que eu era calma. Que não perdia a paciência. Ah, você me vê assim? Então toma!
Ser brava, sim. Mas sem perder a razão. E por que não, a ternura.

***

Eu ando me cobrando muito.
São muitos sonhos. 
Na verdade não são sonhos, são planos. 
Tem uma diferença entre sonho e plano, mas depois eu explico.
Eu tenho muitos planos, um dia só tem 24h e bem, no tempo que sobra depois de trabalhar,
tenho que me dedicar a eles.
Até fiz uma agenda para me ajudar, mas não tô dando conta.
E tenho me cobrado (mesmo que ninguém cobre).
E me sinto mal.
Me deixo vencer pelo cansaço. Digo que é "só hoje". Me esqueço. 
Os dias passam rápido demais. E quando dou por mim, já é março e não consegui fazer
nada do que planejei. PORRA!
Decidi que darei pequenos passos. Olharei todos os dias as metas da minha agenda.
Derramar nos meus planos a minha alegria, roubando para mim os versos de "Mentiras",
da Adriana Calcanhoto.



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