Eu não sei quando você vai
chegar. Na verdade eu nem conheço o seu pai. De repente eu já conheci o seu pai
e naquele momento das nossas vidas, não era o timing certo para que você fosse
concebido. (Não, eu não sou volúvel).
Estou dizendo isso porque
nessa fase da minha vida estou solteira, só isso. Talvez você já tenha
nascido, até. E por razões que não cabem eu julgar, sua mãe achou melhor te
deixar sob os cuidados de outrem. (Sou a favor de adoção).
Enfim, nós ainda não nos
conhecemos. E se de repente, nós nem
viermos a nos conhecer?
Nada é impossível. Eu quero escrever sobre a
gente se conhecer, sobre você vir a este mundo, que às vezes me faz estourar de
orgulho e outras vezes me faz encolher de vergonha e desgosto.
Uma vez eu sonhei que estava
esperando você e ia para o trabalho normalmente. E no meu sonho, meu trabalho
era pura adrenalina: - eu era investigadora de polícia e estava colhendo provas
para incriminar algum meliante (eu não faço ideia de onde tiro essas coisas,
mas prosseguindo) eu me senti absolutamente à
vontade com você junto a mim. Eu era uma mãe leve, serena.
Outra vez eu sonhei que você
já havia chegado. E lembro que te coloquei para dormir e saía para resolver
qualquer problema. E esquecia. Que você existia. (Me perdoe) E lembrava ao olhar para a
camisa rosa que eu vestia molhada de leite. Eu largava a conversa no meio e
corria até você, desesperada. Para o meu alívio, você ainda dormia no berço,
como um anjo.
Senti um nó na garganta ao
lembrar do sonho. Na verdade eu acordei aliviada ao perceber que foi apenas um
sonho.
Sendo você gerado por mim ou
não, eu quero que você saiba que:
- algumas pessoas podem nos decepcionar, mas outras irão nos fazer absurdamente felizes;
- o mundo sempre dará provas de que ainda é um bom lugar para se viver;
- a gente sempre deve fazer a nossa parte, não importa se o outro não faz, se importe com o que você pode fazer;
- sempre AME, porque gostar não é o suficiente;
- faça a coisa certa! (O que é a coisa certa? A gente vai descobrindo ao longo do caminho, conforme vamos vivendo)
- respeito é fundamental;
- todas as formas de amor são válidas e por isso mesmo, merecem ser respeitadas;
- a rua não é lixeira, portanto jogue o lixo no cesto (e senão tiver cesto, ponha na bolsa e ao chegar em casa, sim, coloque no cesto)
- água não é vassoura para se “varrer” calçadas com mangueira;
- quando tudo der errado, você terá o meu colo!
- brigadeiro, salgadinhos, pizza e refrigerente, só no fim de semana.
Estamos entendidos, Gianluca
e/ou Eduarda?