18 de dezembro de 2012

FÉRIAS


Este humilde blog voltará a ser atualizado (se Deus quiser) em 28/12/2012. Por ora desejo a todos um Feliz Natal e agradeço por dedicarem cinco minutos do seu tempo para ler este blog. Adoraria escrever mais, mas ainda há dúzias de coisas para fazer/guardar/organizar.

Um beijo e até o dia 28,

Dan.

17 de dezembro de 2012

SOBRE TIMIDEZ



Eu gosto de pessoas de sorriso aberto. Essas pessoas que fazem você se sentir de casa sem esforço. Mas também amo pessoas tímidas. Porque eu também sou tímida. Amo pessoas de jeito reservado. Considero pessoas assim donas de um universo particular. Ela não vai se doar para você de mão beijada ou à toa.

Você não vai chegar ao mundo dela e encontrar as portas abertas. No princípio talvez encontre uma pitada de indiferença, mas não se preocupe. Ela está analisando você. No fundo, ela está com medo de parecer ridícula aos seus olhos. Por isso ela mais ouve do que fala. Ela só está esperando o momento certo de abrir a porta e te receber. Sei disso porque eu sou assim. Por isso amo as pessoas de sorriso aberto. As que puxam assunto. Porque tudo começa com um primeiro passo. E como sou tímida, tenho medo de dá-lo. Mas diante de alguém mais tímido que eu, arrisco a dar o primeiro passo. Sempre vale a pena. 



14 de dezembro de 2012

SURRENDER



Ás vezes quero berrar minha insatisfação para o mundo inteiro ouvir.
E te ferir inteiro só pra você saber como dói. Só pra saber que eu não sou a única machucada. Por que você tem medo de mim? Do meu jeito objetivo?  E por que eu perco meu tempo com você, que nem sabe o que quer?

Ah, eu perco meu tempo com você porque sou subjetiva, eu quero ver coisas nas entrelinhas e as coisas são do jeito que são. Os significados, as pistas, o oculto eu deixo para as séries de suspense. Mas voltemos a você: - Como eu deixei você tirar o meu sorriso? Como deixei você tirar a minha alegria? Ah, o que eu queria tanto de você que não tive?

Você. Só queria você. E eu sei que me quer também. Não precisa dizer. Eu percebo nos seus pequenos gestos. Nos atos falhos. Nos seus dedos que insistem em cutucar minhas costelas só para ver meu corpo se contorcer deliciado, ansiando por mais. Já que é assim, então por que não deixar esse copo transbordar duma vez? 

ANTES QUE O MUNDO ACABE



O mundo não pode acabar agora, no melhor da festa. Agora que eu sei as coisas que sei. E como usar essas informações a meu favor.

O mundo não pode acabar agora. Porque ainda não encontrei o amor da minha vida. Aquele que vai me amar do jeito que eu sou. Me conhecendo bem, não sei se amor é a palavra certa. Súdito ou submisso definem melhor o que ando procurando em um boy magia.

O mundo não pode acabar agora. Não antes de conhecer o seu gosto e matar toda a sede que eu tenho de você.

O mundo não pode acabar agora. Não antes de realizar o sonho romântico de pegar um carro e rodar o Brasil inteiro.

O mundo não pode acabar agora. Não antes de fazer acontecer todos os meus sonhos.

O mundo não pode acabar. Não antes de conhecê-lo por inteiro.

O mundo deve continuar. Assim como todos nós.

10 de dezembro de 2012

LOVE AGAIN



VOCÊ.VAI.AMAR.DE NOVO.E DE NOVO.

Se você me lê e me conhece faz tempo, sabe que sempre fui fiel ao meu estilo de tipografia neste blog. E que tenho pânico, horror, ojeriza de quem escreve em caixa alta para mim. Me chame de boba, mas me sinto insultada. Por isso a frase acima, em negrito (bold para os designers gráficos) , letras maiúsculas (caixa alta para os designers) e vermelho para todos é para chamar atenção. Desabafar. Por quê?

Eu fico com muita raiva quando vejo as pessoas com medinho de se apaixonar, de se doar, de se entregar de novo a um novo amor quando terminam um relacionamento. Sim, eu sou favor de ir se divertir, galinhar, cair na gandaia para cicatrizar o coração partido. Eu não sou a favor de se dizer bobagens do tipo "nunca mais vai vou me apaixonar", "não vou namorar mais" e insira o clichê que você já ouviu. Ou pior: já disse!

Eu também já disse bobagens assim e ali na frente, ah, eu estava apaixonada de novo. É bom se apaixonar, gente! Faz um bem para minha criatividade, minha vida, meu coração. Agora eu sei que dor de amor dói, mas não mata, me sinto mais segura. Porque até a dor é inspiradora. E se você for esperto, vai aproveitar o momento introspectivo e refletir se errou, onde errou e tentará evitar os erros, se eles existiram. Vai poder entender o que você quer do outro. E o que você pode dar ao outro. Porque tudo é uma questão dos limites que você tem. Os limites que te impõem. E os limites que você dá. 

O bom de amadurecer, viver plenamente as sensações, se jogar é que você se machuca mais, obviamente. Mas também aprende mais. Finalmente aprendi, entendi o que estou procurando, o que estou querendo. E infelizmente ainda não encontrei. Porque não me esforcei muito. Porque preferi me preservar. Porque nesse momento, causarei mais ranger de dentes do que alegria. Endureci, mas não perdi a ternura. 

Então, se você estiver com o coração partido, não seja impulsivo, não seja radical, não seja duro demais consigo mesmo. Saiba que a dor vai passar e que: 

VOCÊ.
VAI.
AMAR.
DE NOVO.
E DE NOVO.
ATÉ O FIM DOS SEUS DIAS.


7 de dezembro de 2012

I FOUND LOVE


Encontrei o amor quando parei de procurá-lo. Quando parei de construir um monumento àquele que nem me queria por perto, mas queria que eu alimentasse seu ego. Ou quando parei de chorar por você, sacudi a poeira e dei a volta por cima. Não pense que sou arrogante, só estou sendo sincerinha demais e porque não dizer, dura demais comigo mesma. Eu ainda não aprendi a desculpar meus próprios erros, mas estou aprendendo.

Entendi que o amor que estava procurando estava perto demais. Exatamente ao meu lado. Estava nas pequenas coisas, nos pequenos gestos que apenas existem para mostrar qual o verdadeiro caráter das pessoas. Finalmente entendi que amo seu jeito doce e quero conhecer mais pessoas assim ao longo da vida. Quero que entenda que esse amor não tem nada de carnal. É um amor puro, simples, que aquece meu coração e deixa meus olhos úmidos quando eu percebo que ele vive em mim. 

Eu queria que cada um dos meus amigos, parentes e até meus inimigos experimentassem esse tipo de amor. Aquele amor que não conhece distância, medo, raiva, tristeza. Aquele amor que não depende de provas mirabolantes, cobranças, ou qualquer coisa absurda que justifique sua existência. Ele apenas existe. E há de existir porque ele é tão bom que você não quer que acabe. Você faz durar.

Encontrei o amor quando baixei a guarda. Quando parei de te julgar e comecei a te escutar. Quando parei de te olhar torto e passei a enxergar o todo. Quando parei de fingir que sorria para você e decidi sorrir de verdade. E me senti aquecida, surpresa, querida pelo amor que o seu sorriso me trouxe quando eu parei de caçar defeitos em você.

Você teria todos os motivos do mundo para ser desagradável, troglodita, um ignorante no que diz respeito a lidar com outras pessoas, mas para contrariar esses prognósticos lá está você sorrindo, fazendo os outros sorrirem junto. Sendo amável, amigo, braço direito, pau pra toda obra. Sendo o tipo de pessoa que você quer ao seu lado em todas as horas. Que faz rir na hora do desespero. Que vê o lado positivo em tudo. Me acalma. Me diz como é que fui implicar com alguém assim? Será que isso me irritava, de alguma maneira, e eu nem me dava conta?

Ainda bem que houve tempo de me redimir e reparar meu erro. Com você aprendi o benefício da dúvida. O significado de segunda chance. Aprendi que os outros não tem culpa se a minha vida está passando por uma crise. Ou porque meu coração se partiu. Aprendi a ser gentil porque gentileza de fato gera gentileza e eu sou a prova viva disso. E aprendi que ser brava e contestadora é bom, mas ser meiga também é bom e tem suas vantagens. Muito obrigada por ter me ensinado tanto. Muito obrigada por me deixar aprender e ignorar a minha implicância. Isso só prova o quão nobre você é.

5 de dezembro de 2012

SUPERLATIVO


A gente reclama demais. Quando falo a gente, é eu, você e todos nós. O trabalho não é bom o suficiente, os amigos não parecem ser bons, descolados e divertidos o bastante, o seu namorado/namorada não é carinhoso, compreensivo e por que não dizer, passivo (a) o suficiente. Seus pais não entendem nada. Quem foi que educou a gente desse jeito? Quem inventou essas regras absurdas de felicidade? Quem são essas pessoas que acreditam que para ser feliz é preciso seguir uma receita, como se estivesse batendo um bolo de laranja?

Será que a gente reclama tanto e se diz tão infeliz por que ninguém nos dá a devida confiança? Ou por que ninguém abençoa os nossos devaneios? Não teríamos sonhos de liberdade demais? Meus pais particularmente nunca me educaram dizendo que eu deveria ser a melhor em tudo. Que eu sempre deveria buscar a excelência em tudo: ter os melhores amigos, os melhores relacionamentos, o melhor emprego, fazer a melhor faculdade.

Pelo contrário: o meu pai sempre disse que devemos estudar, para conquistarmos os bens materiais que quiséssemos através do trabalho. E ir na igreja, para alimentarmos o espírito e ficarmos o mais próximo que conseguíssemos de Deus. Ele dizia isso principalmente depois que nos tornamos adolescentes e eu virei a típica "aborrescente rebelde e incompreendida".
Minha mãe sempre diz que devemos estudar, também. E viver a vida. Viajar. Ver. Ser visto. Se divertir.

Eu e meu irmão levamos a sério os conselhos sobre estudar. Tanto que sempre fomos CDFs.
Quanto a religião, bem, recentemente eu ando trabalhando mais minha espiritualidade.  Mas vamos voltar a essa insatisfação geral e quase epidêmica de querer o melhor de tudo. Sabe o que é mais irônico disso tudo? Todo mundo quer o melhor corpo, o melhor trabalho, o melhor relacionamento e...Na maioria das vezes não se esforça um grama para conseguir! 

Não vai à academia, bebe como se não houvesse amanhã, é mimado (a) e quando se vê em uma situação que foge de seu controle fica agressivo e acha que o outro (amigo, pai, mãe, irmão, namorado) não te ama mais, não te dá moral, te despreza. Está estagnado no trabalho mas não pensa em uma maneira de melhorar a qualidade do seu relacionamento com o chefe, ou buscar uma nova função naquela empresa. Mas eu entendo: reclamar é mais gostoso. Cômodo. Confortável. Mas cuidado: você pode passar a vida inteira reclamando e viver uma vida medíocre. Simplesmente porque ao invés de agir, você apenas reclamou e não fez nada pra mudar o quadro.

Eu acho sim que antes de reclamar, devemos nos colocar no lugar do outro. Acho que se você traz o problema, também tem de trazer a solução junto. Acho que precisamos de mais boa vontade para viver nesse mundo. E precisamos entender que a dor é passageira. Assim como o prazer. 



3 de dezembro de 2012

SEDE (DE VOCÊ)


" Me mata essa vontade de querer tomar você num gole só!"
(Digitais - Isabella Taviani)

(Post inspirado em um dos meus blogs favoritos: A única constante e em alguns desejos que é melhor fingir que não tenho, mas que de vez em quando mandam lembranças)

30 de novembro de 2012

PARADISE

Quando as palavras ficam presas em sua garganta, esperando para saírem mas simplesmente morrem, em silêncio constrangido e constrangedor, é muito triste. Você se culpa por não ter dito e ter se comprometido ainda mais, mas ao mesmo tempo se culpa se perguntando se algum dia haverá uma nova oportunidade. É justo deixar alguém ir embora sem saber o quanto significava para ti? É justo deixar a pessoa sem saber o que você pensa sobre ela? Eu mesma respondo: é injusto!

Deixa eu ter a audácia necessária para sussurrar ao pé do teu ouvido o que eu queria te dizer de verdade. Já que você simplesmente não me disse o que gostaria de saber de verdade. Apenas deixe eu fazer o que eu quero fazer. Chega perto de mim e sente o meu cheiro doce. Olha nos meus olhos sem medo e veja o brilho e divertimento que eles tem. Olha a minha boca carnuda, brilhante e vermelha e lembra...O quanto você gostou de estar ali, comigo, junto de mim. Olha bem para o meu corpo, que parece bem mais bonito do que naquele verão...
...Olha e veja se levei a sério o seu conselho sobre cuidar mais de mim? Ah, eu levei...

Deixa eu sentir o seu cheiro, olhar a sua boca tão perto da minha e perceber que aquela pintinha tentadora ainda está lá, esperando por mim. Expectativa doce, mas o juízo prevalece. Não se afasta de mim, vem rir comigo, carpe diem with me, guy* ?

Deixe eu te dizer que você não é só uma pessoa, mas é um lugar. O lugar onde estive enquanto houve fogo. Onde estive quando a chama apagou. Quando ressurgiu. E apagou de novo. Um lugar onde eu gostei de estar. E para onde eu sempre voltarei quando me faltar a inspiração. Vou me levar até você quando os dias cinzas chegarem em SP, cheios de melancolia. E suas lembranças me aquecerão junto com um chocolate quente. E eu vou sorrir, cheia de volúpia, me lembrando aqueles dias malucos e incendiários que vivemos juntos? Será que alguém te aqueceu tanto quanto eu? Me levarei até você porque você é o meu amor, minha frustração, meu paraíso imerso em chamas (Vladimir Nabokov feelings).

Não deixe esse sentimento ambíguo morrer. Nem diga que é errado. Mantenha ele vivo, faça dele um lugar para onde você também voltaria quando a vida aqui nesse mundo se tornar chata e burocrática demais. Deixe eu me transformar na rosa para qual o pequeno príncipe volta depois de conhecer o mundo. E seja ao mesmo tempo a minha rosa, para que eu possa voltar um dia para você. Não me olhe com essa cara, não me diga que sou louca, me dê a mão e veja apenas a poesia das coisas, o lirismo que há em nós. Promete que esse sentimento vai ser eterno? Não tenha medo dele, apenas viva-o como eu vivo...

* aproveite o dia comigo, cara?

28 de novembro de 2012

EU GOSTEI...

Eu gostei da propaganda da LG que mostra como as máquinas de lavar, as geladeiras, os fogões são sustentáveis, verdes, insiram o adjetivo que quiser. Achei inteligente, pois não fiquei me sentindo ofendida, pelo contrário, sempre fico encantada!Parabéns a todos os envolvidos por unir modernidade, frescor e natureza aos produtos anunciados!

Eu não gostei das últimas propagandas das geladeiras da Brastemp. Sempre fizeram pro pagandas inteligentes mas essa da geladeira em que você pode compartilhar sua lista de compras é de lascar. Por que eu compartilharia minha lista de compras com alguém no facebook? Por que eu dançaria Stayin Alive como uma nerd em frente da geladeira? E o da Brastemp You conseguiu ser pior ainda. Parabéns a todos os envolvidos. Só que não!

Observação: não postei os vídeos com as propagandas porque não achei :(


26 de novembro de 2012

BEFORE SUNSET


Toda aquela expectativa finalmente se transformava em realidade. Parecia mentira mas era verdade. E a gente estava de fato tão empolgado, excitado, animado porque finalmente depois de tanto tempo, tantas promessas, tanta distância aquele plano finalmente ia ser executado. Eu imaginei esse reencontro de tantas maneiras, mas obviamente eu não brinquei de "e se" o suficiente.

Nunca brincou de "e se"? Então você não é tão paranoico (a) como eu sou. Mas eu te explico como funciona esse joguinho delicioso: - você fica fazendo suposições alucinadamente, sempre colocando um "e se", no começo das frases? Exemplo: E se ele brigar comigo porque expus a intimidade dele? E se ele vier com um papo de relembrar os velhos tempos? E se você travar na hora?...

A verdade é que por mais íntima que você pensa ser de uma pessoa virtualmente, na hora do "olhos nos olhos", quando finalmente você sai da frente da tela do computador e vê a pessoa na sua frente, cara a cara...A timidez resolve te dá um olá, o trânsito resolve te desestabilizar, o calor resolve te fritar...Mas bem lá no fundo, não há timidez, trânsito, calor, atraso, nada que tire o brilho desse momento. (Eu continuo te achando blasé, reservado, um mundo misterioso a ser descoberto, não à toa que eu te chamo de Pedro (de pedra), mas esse é o seu jeito e eu posso lidar com isso). O que importa era que eu queria, você queria e queríamos tanto que não tinha como dar errado!

No começo eu me senti mais ou menos como Jesse e Celine (o casal de Antes do Amanhecer)  quando se reencontram em Paris depois de alguns anos sem se ver. É perceptível a alegria do encontro mas também pode se tatear o ligeiro desconforto de perceber que se perdeu a intimidade e o timing com alguém que se gostava tanto. Por quê?

Depois eu fiquei muito feliz de perceber que ao contrário de Jesse e Celine eu não tinha mais nada a questionar, reclamar, exigir. A gente tinha sim era um estoque de papo furado, figurinhas para trocar e lugares bacanas para ver. Foi bom perceber que os sentimentos se transformaram ao longo do tempo. Que tudo se transformou em uma amizade pura, simples, cheia de respeito e consideração. Afinal, por que você trataria mal alguém que te trouxe tanta coisa boa ao longo do tempo? Ah, ressalto que sou uma pessoa trabalhada no humor negro e ácido, mas assim, nada pessoal.

Então, assim como Jesse e Celine, tínhamos um horário para dar tchau. E citando uma frase da jornalista Brenda Fucuta: para você eu nunca vou dizer tchau, adeus ou algo equivalente...Pra você eu digo OI sempre, com o melhor sorriso que eu conseguir dar!
Ah, e obrigada! Muito obrigada! Por quê? Por deixar eu perceber que eu não sou mais a Broken Hearted Girl que eu julgava ser. Eu continuo a ser a guria que ri e faz rir aonde quer que vá. E você? Idem. Foi bom descobrir que ainda te faço rir :D


26 de outubro de 2012

QUANDO COMER ATRAPALHA A DIGESTÃO


Em meados de 2002, senão me engano, o escritor Antonio Prata publicou na revista Capricho uma crônica chamada "A dieta do alpiste" onde manifestava sua opinião sobre essas pessoas que exageram na busca por uma alimentação saudável. Já não se falava mais apenas em anorexia e bulimia, mas também em ortorexia, que é uma doença causada pela obsessão em ter uma alimentação saudável. Segundo ele, foi a coluna que teve mais repercussão na época. Os vegetarianos se sentiram ofendidos. Ele teve de ler coisas lisonjeiras como "não tenho culpa se você faz do seu estômago uma lixeira". (Ou coisa parecida, afinal, tem 10 anos que a crônica foi publicada, eu não tenho a revista em mãos e minha memória não é tão boa assim, convenhamos).

Dez anos depois as coisas não mudaram nada. Agora não é só você que é obrigada a ser magra. A sua comida tem de ser magra também. (Neste ano também saiu um post no site da revista TPM criticando essa palhaçada de comida magra). Posso jurar que antigamente sua avó cozinhava com manteiga, tomava leite fresquinho, usava açúcar ao invés de adoçante e tava tudo certo. E ela era magra. Não seria as mordomias tecnológicas que tornaram a vida mais fácil e por consequência, mais sedentária também?

Aquela caminhadinha que você fazia ao ir no banco foi substituída pelo internet banking e débito automático. Você não precisa passar roupas com ferro a carvão. Não precisa cozinhar no forno à lenha. Você não usa as escadas porque tem elevador. E todas estas facilidades trouxeram o sedentarismo na aba. É fácil pôr a culpa na comida. Difícil é reconhecer seus maus hábitos. 

Sim, existem pessoas que devem fazer restrições a certos alimentos, como quem tem intolerância ao glúten  lactose. Não podem comer açúcar em excesso, como os diabéticos. Agora se você é saudável, precisa mesmo ficar acusando a comida de ser gorda? Ou pedindo desculpas por comer um brigadeiro? Ou repetir o prato? De todos os problemas que a gente tem, precisa mesmo transformar uma refeição em uma verdadeira guerra? Ou como diria o Antonio Prata: precisa acreditar que comer atrapalha a digestão?

Adoro comer. Não me privarei disso. E quem convive comigo sabe. Algumas pessoas com quem eu trabalhei diziam que eu era uma "companhia engordativa". Sempre tinha  bons biscoitos na minha gaveta, sempre levava um lanchinho para degustar no meio do caminho ou fazia uma sobremesa quando não tinha nada para fazer. Eu me relaciono bem com a comida. Agora se você não se relaciona bem, tá na hora de rever seus conceitos. E parar de encher o saco alheio com esse papo de "comida magra".

Mais: dizem por aí que os bons de garfo ou una buona forchetta (como se diz em italiano) são considerados bons no "lê lê lê", se é que você me entende. Reflita sobre seus hábitos à mesa.
Talvez eles podem...deixe eu ficar quieta...




24 de outubro de 2012

UM CASO DE MIOPIA


Depois da minha onda de sorte (em um intervalo de três dias achei R$70,00 no ônibus e na rua, respectivamente), fiquei esperando ansiosa pelo dia em que eu perderia alguma coisa. (Sim, eu sou o tipo de pessoa que sempre espera pelo pior, e não, não me orgulho disso. Obrigada pela atenção). Guardei o dinheirinho que achei com muito carinho no bolso de um blazer bege que  tenho que nunca uso por medo de sujar. Se guardasse no banco iria gastar, então eu fingia que não tinha aquele dinheiro. Foi uma sábia decisão.

Sábado, 20 de outubro de 2012, esta que vos escreve acordou e depois de arrumar a cama (é sempre a segunda coisa que faço ao acordar, porque a primeira coisa é sempre adiar o momento de se levantar o máximo que posso) fui ao banheiro escovar os dentes, lavar o rosto e finalmente, colocar as lentes de contato. Como sou uma pessoa controladora e acostumada com essa rotina, estava tranquila. Até eu fazer um movimento brusco (sempre faço movimentos bruscos e machuco a boca quando escovo os dentes, ou bato em algum móvel ou até mesmo nas paredes quando estou com pressa e ao mesmo tempo desligada demais do espaço físico das coisas ao meu redor) e sumir com a minha lente do olho direito. 

A experiência me ensinou a tapar o olho com a visão "gaussian blur" de quem tem 4,5 de miopia e procurar com o olho esquerdo onde estava a maldita lente. Tateei meu rosto. Olhei na pia. Tateei a pia durante um bom tempo. Procurei pelo chão. E nada.Para meu desgosto as lentes que eu usava eram exatamente meu último par e eu ainda não tinha nada no estoque (uso lentes descartáveis). Eu não tinha recebido. Então respirei fundo e me resignei, porque aqueles R$70 paus do começo da história finalmente tiveram seu destino traçado: comprariam novas lentes para mim!

Bem, domingo, 21 de outubro de 2012 esta que vos escreve fez tudo sempre igual e ao baixar os olhos para o azulejo, bem junto do rodapé, viu o pequeno pedaço de plástico azul grudado e ressecado. Não pude deixar de me sentir idiota, mas eu não enxergo bem, né? Então me perdoei, mais uma vez. E tomei mais cuidado ao colocar as lentes novas.

22 de outubro de 2012

DO QUE VOCÊ É FEITO?

Katy Perry canta em "Fireworks" que somos feitos de fogos de artifício:


Já o sumido Moby cantava em 2002 que nós somos feitos de estrelas, em "We Are All Made Of Stars":


E você, meu amor, é feito de quê?



19 de outubro de 2012

DAS COBRANÇAS QUE A GENTE RECEBE...MAS EU FINJO QUE NÃO





Eu li um chick lit chamado "Qual seu número?" onde a mãe de Delilah, a protagonista do romance, que cobrava um namorado da filha que chegava aos 30 solteira. E a própria Delilah se cobrava e se culpava por ter uma média de parceiros sexuais acima da média publicada pelo New York Times (ou Post).

Li um outro romance antes desse chamado "Sobre homens e lagostas" da Liz Gilbert. E a protagonista, Ruth, era cobrada para sair da ilha onde vivia apenas por ser herdeira de um milionário. Mas ela parecia não surtar. Ela apenas empurrava com a barriga e ia levando a vida.

Nunca conversei com meus amigos sobre cobrança. Afinal, os homens recebem algum tipo de cobrança? Citei acima duas mulheres que se cobravam ou eram cobradas a adotar uma conduta que se encaixava nos padrões da sociedade. Mas por que se encaixar, afinal?

Minha mãe biológica cobra que eu não namoro. Mas como eu a vejo de vez em quando não tem como sentir o peso da cobrança. Minha mãe adotiva vigia meu peso. De uns tempos para cá ela reclama que engordei. 

E devem existir outras mães que cobram outras coisas das suas filhas por aí. Por isso não considero tudo um fardo pesado demais de se carregar. Existem coisas mais urgentes exigindo minha atenção neste momento. E perder 5 kg poderia ser bom, admito, mas acredito que não seria suficiente para acalmar minha personalidade inquieta. 

Fora de casa as pessoas me cobram namorado, uma carreira bem-sucedida, um corpo perfeito...E elas vão continuar cobrando, porque eu trabalho, eu pago impostos, eu voto, eu cumpro com meus deveres. O resto eu acho que eu posso decidir sozinha, não posso?



17 de outubro de 2012

O PASSADO BATE À PORTA


Estava de joelhos, rezando e pedindo mais uma vez que o dia terminasse bem quando escutou passos vindo em sua direção e um cheiro familiar. Lembrava loção pós-barba e Trident de menta. Subitamente sentiu o estômago desabar. O cheiro parecia se aproximar cada vez mais. E o medo parecia crescer cada vez mais dentro de si. Ela estava dentro de uma igreja e era para se sentir confortável, em paz. Mas sentia-se cada vez mais apavorada. Não podia ser ele. Mãos gentis cobriram-lhe o rosto. Aquela voz tão familiar afinal perguntou:
- adivinhe quem é?

Pergunta em vão. Ela sabia muito bem quem era. Mas ela apenas fez um pedido, quase uma súplica, aproveitando que estava de joelhos mesmo, se sentindo apavorada, submissa e por que não dizer, um tantinho humilhada? Estava em desvantagem, não tinha nem como se defender, como fugir, estava de mãos atadas. Sua voz trêmula enfim pediu: vá embora!

As mãos gentis ainda lhe envolviam e sua voz era doce quando disse:
- Precisamos conversar!
- Não tenho o que falar com você. - ela disse,agressiva.
- Até quando você vai fugir de mim, Alê? 
- Pela eternidade.

Não gostava do jeito que Guilherme - era assim que ele se chamava - a perseguia desde que eles romperam. Nunca se conformou com o término do relacionamento. Na verdade Alê sentia-se mais como um objeto ou brinquedo caro do que uma pessoa quando namorava com ele. Era apaixonada por ele, mas ao mesmo tempo sentia-se paradoxalmente intimidada e amedrontada. Principalmente depois que ele lhe deu uma bofetada. Aí percebeu que era melhor parar por ali. E depressa.

Sofreu muito. Chorou demais. Achou que ia enlouquecer. E ele em contrapartida a perseguia, 
lhe ligava de hora em hora. Enviava rosas. Chocolates. Chegou ao cúmulo de mandar uma joia da Vivara. Estava irredutível. O tapa ainda ardia em seu rosto mas finalmente sentia-se aliviada. Mudou o telefone. Saiu das redes sociais. Mudou de endereço. E viveu em paz até aquele momento em que estavam agora. Não conseguia imaginar como ele a encontrou.

- O que você quer, Guilherme?
- Você de volta! - ele respondeu, decidido.
- Isso não vai ser possível. - ela retrucou.
- Por que você simplesmente não supera e me esquece? Você nem me ama mais, você só está com orgulho ferido.

Neste momento, as mãos gentis de Guilherme tornaram-se agressivas. Pegou-a pela cintura e colocou-a de frente para ele, que continuava muito bonito, muito impecável e elegante em suas roupas caras. Ela continuava despojada, usando calça jeans e camiseta, os cabelos presos displicentemente em um coque. O olhar assustado dela cruzou o olhar decidido dele. Ele não colocaria mais as mãos nela. 

Por isso mesmo não se intimidou e acertou um soco no rosto tão lindo que amou um dia. Dane-se que estava sendo violenta, estúpida, revidando da mesma maneira truculenta dele. Ainda olhou para trás e pediu perdão à Virgem Maria, rapidamente. O medo deu lugar a coragem. Era uma sobrevivente. Vê-lo tão bonito mexeu com seus sentimentos, mas ele já havia lhe dado provas de que a machucaria de novo se fosse necessário. Então julgou correto machucá-lo antes. Por ela e por todas as outras que ele já machucou.

  



15 de outubro de 2012

POR QUE VOCÊ FAZ O QUE VOCÊ FAZ?


Fiquei respirando fundo, com os olhos vidrados no teclado enquanto você explodia de fúria contra Hannah. Já perdi as contas de quantas vezes vi esse tipo de cena. E meu amigo, se você soubesse o quanto me incomoda, você ia parar de fazer isso já. Será que você nunca vai dar o benefício da dúvida a essa mulher? Será que ela vai ser sempre errada e seus "amigos" é que sempre vão estar certos? 

Entenda, não estou dizendo que Hannah está certa. Ou seus amigos errados. Ou vice-versa. Estou falando em você ser mais amistoso e ganhar a confiança dela para finalmente você descobrir os leões que ela mata discretamente e você não percebe. Na real, você não precisa ter conhecimento de coisas/situações que não vai saber lidar/resolver mesmo. 

Respirando fundo, a mente trabalhava rápido demais. Com quem ele falava ao telefone mesmo? Era com o cara que ele chama de "amigo", mas que já deu provas de que não é mui amigo assim. Se o cara/mina que você chama de "amigo(a)" rouba descaradamente uma ideia estratégica sua, (e nem lhe dá os créditos!), isso não é ser amigo. Isso não é amizade.
E quando ele mente? Mas você é cego e crédulo e se nega a acreditar. Mesmo eu lhe mostrando as provas, que diabos!

Fica dando tapinhas amistosos nas costas do cara, fica elogiando o casal lindo que você e Hannah formam mas...Quando tem uma oportunidade, espinafra, humilha, mente. Até eu já provei um pouquinho do seu veneno. E ah, eu tenho vivido para dar o troco. Espero um ano, dez anos, o tempo que for necessário, mas eu devolvo os desaforos corrigidos.

Minha dúvida é: por que você faz o que você faz, afinal? (É pra ser redundante mesmo!)
É inveja? 
É medo? 
É por que você é maquiavélico mesmo? 
Ou psicopata? 
Ou sádico? 

E quanto a mim, existiria alguma maneira de te parar? 
De acabar com isso? 
Enquanto a resposta não vem eu vivo e deixo morrer...
...A propósito, o mui amigo perdeu o respeito comigo faz tempo.

17 de setembro de 2012

PRA QUANDO VOCÊ CHEGAR...


Eu não sei quando você vai chegar. Na verdade eu nem conheço o seu pai. De repente eu já conheci o seu pai e naquele momento das nossas vidas, não era o timing certo para que você fosse concebido. (Não, eu não sou volúvel).
Estou dizendo isso porque nessa fase da minha vida estou solteira, só isso. Talvez você já tenha nascido, até. E por razões que não cabem eu julgar, sua mãe achou melhor te deixar sob os cuidados de outrem. (Sou a favor de adoção).

Enfim, nós ainda não nos conhecemos. E se de repente, nós nem viermos a nos conhecer?
Nada é impossível. Eu quero escrever sobre a gente se conhecer, sobre você vir a este mundo, que às vezes me faz estourar de orgulho e outras vezes me faz encolher de vergonha e desgosto.

Uma vez eu sonhei que estava esperando você e ia para o trabalho normalmente. E no meu sonho, meu trabalho era pura adrenalina: - eu era investigadora de polícia e estava colhendo provas para incriminar algum meliante (eu não faço ideia de onde tiro essas coisas, mas prosseguindo) eu me senti absolutamente à vontade com você junto a mim. Eu era uma mãe leve, serena.

Outra vez eu sonhei que você já havia chegado. E lembro que te coloquei para dormir e saía para resolver qualquer problema. E esquecia. Que você existia. (Me perdoe) E lembrava ao olhar para a camisa rosa que eu vestia molhada de leite. Eu largava a conversa no meio e corria até você, desesperada. Para o meu alívio, você ainda dormia no berço, como um anjo.
Senti um nó na garganta ao lembrar do sonho. Na verdade eu acordei aliviada ao perceber que foi apenas um sonho.

Sendo você gerado por mim ou não, eu quero que você saiba que:
  • algumas pessoas podem nos decepcionar, mas outras irão nos fazer absurdamente felizes;
  • o mundo sempre dará provas de que ainda é um bom lugar para se viver;
  • a gente sempre deve fazer a nossa parte, não importa se o outro não faz, se importe com o que você pode fazer;
  • sempre AME, porque gostar não é o suficiente;
  • faça a coisa certa! (O que é a coisa certa? A gente vai descobrindo ao longo do caminho, conforme vamos vivendo)
  • respeito é fundamental;
  • todas as formas de amor são válidas e por isso mesmo, merecem ser respeitadas;
  • a rua não é lixeira, portanto jogue o lixo no cesto (e senão tiver cesto, ponha na bolsa e ao chegar em casa, sim, coloque no cesto)
  • água não é vassoura para se “varrer” calçadas com mangueira;
  • quando tudo der errado, você terá o meu colo!
  • brigadeiro, salgadinhos, pizza e refrigerente, só no fim de semana.

Estamos entendidos, Gianluca e/ou Eduarda?

14 de setembro de 2012

DOR DE COTOVELO (MALDITA FALTA DE TIMING)

Você é a fim de um cara. E sabe que o cara é a fim de você. Mas ele não toma iniciativa. Nem você quer chegar junto, mas vivem se dando “indiretas”. Você sabe que o dito cujo é superdesejado e pior ainda: facinho que só ele. Mas ele pode. Ele está solteiro e você num relacionamento que não leva a lugar nenhum. Sem querer você descobre que uma figura feminina superrespeitada da empresa dá maior corda para o seu “querido”. E ele corresponde, afinal ele está solteiro. Como você se sentiria? Intimidado?

Os dias passam e num dia X a figura importante vai visitar o escritório e você não vê, mas sabe que o objeto do seu desejo e sua concorrente se encontraram. E o que você faz? Não perde a oportunidade de alfinetá-lo, afinal, como ele ousa colocar seu melhor perfume justo no dia em que ela vai lá? Ele, sedutor que é (e dissimulado) diz que aquele perfume é para você, que tá nem aí para fulana. E você ri. Sabe se lá se é de nervoso ou de puro deleite. Ele diz isso olhando nos seus olhos, o corpo próximo demais do seu, correndo risco de um flagrante iminente. (Lembre-se, vocês trabalham juntos). Mas ele não liga para isso. 

Dias depois, vocês estão sozinhos e longe dos olhares alheios. Porém trabalhando. Ele não tem a mesma leveza que você, está nervoso com o prazo de entrega de um projeto. É monossilábico. Curto. Grosso. De repente ele fica otimista, porque se dá conta que vai conseguir entregar o projeto no prazo.  Você relaxa. E faz tudo errado. Porque você não sabe lidar com seus desejos. E pensa demais. 

E interrompe o silêncio jogando na cara dele que ele estava bonito demais no dia que sua concorrente foi ao escritório. Ele te olha estupefato. Passa a mão nos cabelos. E decreta, com um sorriso frio:
- Desisto.
- De quê? – você pergunta, o mesmo sorriso nos lábios carnudos.
- De você, minha querida!

Você tem a oportunidade de passar a mão em seu rosto, segurar sua mão, prendê-lo em um abraço, sufocá-lo com um beijo... Mas você apenas assente movimentando a cabeça. Você não sabe, mas ele morre um pouquinho por dentro. Por causa da sua miopia, que te impediu de ver que desde o começo ele sempre protegeu e cuidou para que tudo fosse mais confortável para ti. Não que tivesse segundas intenções. Empatia pura e simples. Agora não se queixe se ele for mais ríspido com você do que o de costume: os cotovelos dele estão doendo. Por você. Um dia há de passar, mas até lá aguente.

12 de setembro de 2012

CONSTATAÇÕES ÓBVIAS


Para realizar um sonho, você precisa estar acordado. E dormindo menos do que gostaria. E consciente de cada passo, cada escolha. Não é irônico?

***
Por que a tristeza por causa de um fora chama dor de cotovelo se é o orgulho que sai ferido, o coração que fica em pedacinhos e os olhos que manifestam toda a sua dor através de lágrimas quentinhas e gorduchas que insistem em te humilhar?

***
Por que eu te adoro tanto quando tudo o que você me oferece é desprezo? E quando tem boa vontade, migalhas. Eu quero um banquete. E por que eu aceito tudo o que você tem a oferecer, por menos que seja, de bom grado? Você acha que eu sou uma dessas mulheres fáceis que só dizem sim? Acertou, eu sou.



11 de setembro de 2012

ENCRUZILHADA


Então cheguei num trecho da estrada que eu tenho de escolher se vou ficar no passado (e com os sentimentos nobres do passado) ou então seguir pela trilha do futuro, onde eu não sei o que me reserva mas onde tenho a certeza de que poderei escrever uma nova história. Porque eu tenho que aceitar a sua perda. Eu tenho que aceitar que as pessoas vem e vão. Inclusive eu. Preciso ir adiante e entender que o futuro pode ser tão ou mais feliz do que um pedaço glorioso do meu passado. Basta eu deixar a vida me surpreender.

10 de setembro de 2012

FARTA.FRIA.CÍNICA


Quando você desconfia de todos. A ponto de contestar. Ou quando você magoa de propósito, sem nem ligar para as conseqüências. Quando você quer saber do seu lado (se será prejudicado ou não). Quando você perdeu a fé em você. E nos outros. Você está farto. Frio. Cínico. E essa foi a maneira que você escolheu para sobreviver nesse mundo. Não posso culpá-lo por isso. Também não apoio. É uma escolha tua. Eu respeito. E não se fala mais nisso.

6 de setembro de 2012

I TRUSTED YOU. MY MISTAKE


Meu maior erro foi confiar em você. Me enganei. 
Me deixei levar pelo paraíso de promessas temperadas ora com erva-doce, ora com pimenta, como diria a saudosa Rúbia Gardini. E como canta Katy Perry em Wide Awake: - caí da nuvem mais alta e acordei com a cara no concreto, traduzindo livremente.  E agora tô bem acordada. E magoada. 

Mas a sua burrice me causa surpresa, admito. Não satisfeito em me decepcionar, aproveita algumas brechas e desconta em mim sua frustração por não ter dado certo. Oi?
Se você não é bem-resolvido com suas escolhas, eu não padeço do mesmo mal. Me chame de fria, se quiser. Eu chamo isso de praticidade. E vou continuar lidando com isso da maneira mais farta, fria e cínica possível: fingindo que não aconteceu. 


5 de setembro de 2012

PASTEURIZADO


Por que você é obrigado a ser feliz o tempo todo? A ter mais e do melhor?
Por que tem de ser tudo para ontem? 
Se você tiver apenas o suficiente não vai estar de bom tamanho?
Não existe perfeição. Não existe suprema felicidade.
O que é bom para os outros pode não ser para você.
E o que é ruim para os outros pode ser excelente para você.
Saia da zona de conforto. Desafie-se. E se der errado: Just Dance!

4 de setembro de 2012

VEXAMINHOS, RAIVINHAS.


Das coisas que fazem o estômago ir parar nos pés, sem escalas (pelo menos comigo é assim que funciona)

Precisar ler e fazer um monte de coisas fora do horário de trabalho e a internet cair? Parece uma provocação. Como se alguém dissesse: você não vai fazer isso agora. Pronto. E por que ficar sem internet tem o potencial de irritar tanto?

***
Por que quando você bate a mão no bolso de trás da calça jeans e percebe o vazio da ausência do seu celular, você sente um soco na boca do estômago?

***
Ou então você está na fila do check in e ao olhar a bolsa para procurar o seu RG, você descobre que esqueceu em casa?

***
Você chega no escritório desejando ir para Fernando de Noronha e descobre que nada é tão ruim que não possa piorar um pouco mais: o telefone está mudo e a internet caiu!E você não pode ir embora, porque a situação deve ser normalizada em pouco tempo. Oh angústia!

***
Você foi fazer umas comprinhas, foi pagar com cartão e...Surpresa!: transação não aceita! Você não fecha os olhos e pensa que é apenas um sonho ruim e que vai acordar daqui a pouco?

3 de setembro de 2012

DORMINDO DE CALÇA JEANS

Sábado, 01 de setembro de 2012. Estava indo à feira, como de costume. Sol a pino. Trânsito caótico. Aguardo para atravessar no cruzamento da Av. Jardim Japão com a Av, Roland Garros (detalhe: aqui na região todos pronunciam o nome como se escreve, tá). O semáforo demora para abrir para os pedestres. Então eu me sento numa muretinha que tem junto ao posto de gasolina. E vejo os carros passarem. E vejo um ônibus tentando manobrar num espaço minúsculo para entrar na Roland Garros e seguir seu curso, rumo ao Parque Edu Chaves. E vejo um cara num Sandero prata insultar o motorista do coletivo porque este sinalizou para que ele desse ré, caso não quisesse avarias no seu carro. Também vejo um carro preto fechar um motociclista. Um segundo a mais ou a menos e haveria um acidente ali, sem dúvidas. E fiquei me perguntando porque as pessoas tem tanta pressa e tanta raiva, afinal? E por que elas parecem tão surpresas com a péssima qualidade do trânsito na região?
Elas sabem que as vias são estreitas, elas sabem que a feira atrapalha o trânsito. Ou então fingem que não sabem. Elas tratam o veículo ao lado, a frente ou atrás como inimigos em potencial. Acho preocupante ver tanta gente destemperada atrás dos volantes, sério. Chegando cedo ou tarde em seus compromissos, não seria interessante que chegassem em segurança, sãos e salvos? 
E o que dizer dos pedestres? Custa esperar dois minutos para atravessar no sinal verde? Realmente vai fazer diferença aqueles dois minutos esperando a sua vez? De que adianta os gadgets evoluirem se os homens e a sua pressa/imediatismo involuem a cada dia que passa? 
***
Todo sábado eu também vou ao mercado comprar as coisinhas básicas para uma semana: leite, pão, ovos, iogurte, alguns produtos de limpeza. E ao passar minhas compras no caixa flagrei uma ligeira discussão. A cliente retrucava que o segurança não poderia chamar a atenção do cliente. O segurança por sua vez nada falava, mas virou as costas indo em direção ao fundo da loja e mandou a cliente para o inferno. Nunca vou saber porque ambos se exaltaram. Mas penso que o segurança no mínimo poderia ter sido mais educado, o que quer que a mulher tenha feito de grave. Foi duma indelicadeza terrível insultá-la. E duma covardia xingá-la por trás, sem direito de resposta. E mais grave ainda: um homem com tamanho destempero assim, que xinga numa situação banal estaria preparado para lidar com uma situação-limite? Suspeito que não.
***
Apressadas. Irritadas. Sensíveis e paradoxalmente agressivas. Estas são as pessoas de hoje. Pessoas que não falam olhando nos olhos. Elas olham em seus smartphones as últimas atualizações do facebook, por exemplo. Eu também sou assim. E não acho isso bonito. Mas eu quero mudar.

2 de setembro de 2012

LIVE AND LET DIE (YOUR LOVE)


Depois daquele telefonema, aquela sensação de borboletas no estômago deu lugar a uma sensação que devo descrever como conforto. Eu me senti confortável em te receber de volta à minha vida. A ponto de perceber que a minha preocupação em constatar que eu não havia te magoado tanto quanto supunha parou de incomodar. Apesar do esforço (e depois da falta de) não nos encontramos. Eu não ia me esforçar para sair do trabalho mais cedo apenas para te ver e ouvir as mesmas desculpas esfarrapadas.

Eu estava certa. Sim, eu gostava de você. Eu não gostava era que desdenhasse da minha inteligência. Em um feriado, a gente se encontrou por acaso. Eu como sempre, de folga. Você trabalhando. Eu te dei uma gelada. (Na verdade te dei a ignorada do milênio). Você ligou de volta cobrando uma explicação e...Eu não atendi, mas não foi de propósito, foi porque simplesmente não ouvi o telefone tocar. Naquele mesmo dia nos encontraríamos de novo. Então conversamos. Segue o diálogo:

Você: Por que você não me atendeu?
Eu: Não ouvi o telefone tocar, a propósito, você não pode me telefonar do trabalho...
De cara fechada, você seguia, dizendo que eu estava muito brava.
Eu: Não estou brava, eu só não acho saudável te encontrar como se fosse uma consulta médica...
Você: Eu também não acho saudável, mas é que, de verdade, eu não tenho tempo.
Eu: Quando a gente quer, a gente arranja tempo, é só querer.
Você: Me entende, eu tenho que ajudar meu pai, meus pais me superprotegem, me controlam e...

(Pausa, a outra parte envolvida em questão tem 32 anos, e não 17, como você suspeitou)
Eu: Desculpe, você é homem, que papo é esse de superprotegido?

Você: Mas você também é (superprotegida)...
Eu: É outra história. Sim, eu sou, mas eu não vou entrar em conflito com minha família por causa de um cara que talvez não me mereça...
Você: Então não te mereço, não valho a pena?
Eu: Do jeito que você tem se posicionado até aqui, em relação a nós dois, não.
Não sei se hoje caberia um namorado na minha vida, não é o que eu tenho almejado, mas você sempre quer que tudo seja do seu jeito, no seu tempo. E as coisas comigo não podem mais ser assim.

Você: O que quer dizer? Acabou de dizer que não quer nada sério...
Eu:  Não põe palavra na minha boca, você entendeu o que eu disse. E para ser mais específica, se eu não valho um convite para um cinema ou um pagode, meu amigo, eu não valho nada para você.
Você (em choque): Agora você está colocando palavras na minha boca...
Eu: É um fato, você conduziu uma situação, gosta de mim, mas não quer correr o risco da escolha. No seu lugar, eu também estaria com medo.Na verdade, eu até escolhi.
Você: O que você escolheu?

Eu: Escolhi me afastar.Não vou perder energias em algo que não dá em nada.
Você: Não precisa ser assim...
Eu: Não é questão de precisar, é questão de que vai ser, no que depender de mim.
Neste momento, se considerando muito irresistível, me puxou para junto do seu corpo e me deu um beijo. Como eu nunca gostei discutir com alguém e logo em seguida me agarrar com a pessoa, me desvencilhei de você imediatamente.
Eu: Boa noite, a gente se vê por aí.
Você: ...

Tempos depois, em uma movimentada avenida de São Paulo, fiquei pensando sobre a possibilidade de ver um conhecido por ali e te encontrei. Desta vez ambos estávamos correndo. Diante do seu apelo, eu te dei um beijo no rosto, apressada. De uns tempos para cá, o destino sempre providenciava um encontro. Antes, quando eu queria te ver, não conseguia. Agora, sou brindada com encontros casuais. Como a vida é irônica, às vezes.

Depois desse dia não nos vimos mais. Não tenho raiva, mágoa, nada disso. É apenas uma história que eu deixei morrer. Live and let die.

31 de agosto de 2012

INDULGÊNCIA



Nada mais poderoso do que um batom. Vermelho. Para acender o seu semblante. E o desejo naqueles que cruzarem o seu caminho. Isso vale para vestidos pretos bem cortados. Saltos Altos. Perfume. Como eu não uso vestidos no inverno, e saltos altos são presença bissexta no meu figurino e ainda não uso perfumes marcantes para ir ao trabalho, aposto no poder do batom. Porque perdoem a falta de modéstia, eu tenho boca para isso.
Outro acessório que curto muito é jaqueta de couro. A minha tá meio surrada mas é incrível como você “causa” quando veste uma. Garotas, invistam já!

Quando a vida vira um fardo difícil de se carregar, gosto de encontrar as amigas. Mas quando nem isso é possível, folheio livros de design. Os poucos que tenho em casa. Procuro vídeos de stand up comedy no youtube. Faço playlists melancólicos e/ou ensolarados. Ou simplesmente olho para o céu. E me perco na imensidão. E se estou sozinha, abro os braços e jogo a cabeça para trás, olhos bem abertos para captar a imensidão do azul ou do cinza que tinge o horizonte. Faço um chocolate quente ou um chá de hortelã. Se é verão, me dou um suco de abacaxi com hortelã.

O ideal é não deixar a vida se tornar um fardo. Mas eu me irrito fácil. Mas existe a autoindulgência. E se ela não existisse, aí sim o mundo se tornaria um lugar ruim demais para se viver. O que importa é que a tristeza passa. O sorriso volta. Seja porque você colocou um sorriso no seu rosto. Ou porque colocaram. De qualquer forma, não tire-o por nada do seu rosto. Como diz uma amiga minha, “arregale os dentes” (e lembrar dessa pérola e já começar a “arregalar” os meus...

29 de agosto de 2012

RENÚNCIA.COVARDIA


Ao contrário do que diz a imagem acima, eu tenho muito a perder. Na verdade, eu já perdi faz tempo. Eu joguei a toalha. Me chame de covarde, se quiser. Mas eu tô abrindo mão. Renunciando. Desistindo. Indo embora. Levando toda a dor de um coração partido comigo.
Toda a expectativa surda do que poderia ter sido e não foi. É decepcionante demais, você não faz ideia. Eu não quero que você faça ideia. 

E você é tão covarde quanto eu. Porque nem pergunta porque eu desisti tão fácil. É capaz de insinuar que eu nem queria mesmo. Mas eu queria. Eu sou cheia de vontade, meu bem, não sei se você percebeu. Mesmo adorando você. Derretendo a cada sorriso que você me dá. Eu não posso ficar ao seu lado. Nem posso tirar de você tudo o que já conquistou até aqui. Porque o meu mundo é outro. E é um lugar onde você ainda não pode estar. Perdoe a arrogância. Você ainda não está pronto. E eu vou embora, o seu cheiro ainda mora em meus pulmões. Sempre vai morar. E dói. Mas não mata. Fortalece.

27 de agosto de 2012

CLOCKS


Eu quero que seja fácil. Eu quero levar a sério cada uma das coisas que eu acho que devo fazer para me sentir mais realizada. Mas eu não levo a sério nem meu despertador. Coloco ele para tocar as 06h da manhã. E ele vibra implacável, me tirando do mundo dos sonhos turvos. Mas eu olho no visor e aperto "mais nove minutos". E fecho os olhos.

E ele vibra de novo, parece até que passaram nove segundos. E eu levanto derrotada. E é assim de segunda à sexta. E eu me pergunto se eu já não deveria ter me acostumado.
Daí eu chego no trabalho. E tem as tarefas bacanas. E as tarefas mundanas. E as tarefas mundanas são verdadeiras sanguessugas, porque elas roubam meu tempo. E às vezes não dou conta nem das tarefas mundanas. E Deus sabe que tento me organizar mas tem momentos que o cérebro quer se distrair. E eu dou a distração, lendo o G1, o blog X, qualquer coisa. E cadê o foco?

Não queria ser a escrava do tempo. Mas o tempo me escraviza. E o dia termina. Tarde. Recomeça cedo. E tudo continua da mesma maneira. Quero fazer as tarefas bacanas. Quero me fazer mais feliz. E reconheço que, se não posso ser responsável pelas tarefas mundanas, quem me dará as tarefas bacanas para executar? O que eu preciso? Um dia de 48h? Um pouco de foco? Admitir que não dou conta? Sou orgulhosa demais pra isso, desculpe.  Ai, eu lembro da Britney choramingando em Overprotected: Eu preciso de tempo! Eu lembro da Dido choramingando em Sand in my shoes: Eu não tenho tempo!
Preciso, não tenho, como faço?