Quando mais jovem, imatura e ainda em busca de uma identidade achava que precisava ter um namorado. E tive alguns, que me deram bastante material para analisar e refletir, porque o que tive de aprender, aprendi sozinha. Hoje sei que quanto mais se gosta da pessoa, mais idiota, chata e insegura você fica. Principalmente se ela não dá indícios de reciprocidade. E por mais que o outro faça, você não considera suficiente. E exige mais. E se a outra parte não tem mais de onde tirar, ferrou!
Você deixa de ser aquela pessoa bacana pela qual o outro se apaixonou e vira uma versão chatinha e paranoica que afasta e oprime. Só com o tempo você percebe que tem que gostar mais de você e perceber o seu potencial. Ter consciência que você é legal e que se o outro deixou de te reconhecer assim, o azar é dele, não seu. Não sabia lidar com os perdidos, bolos e mancadas que recebia em troca mas hoje sei que isso só demonstra falta de respeito. E tantas demonstrações que sua companhia não importa muito só te levam a tirar seu time de campo modestamente, sem alarde.
Não estou dizendo que não dói. É triste o fim. Mas engolir falta de respeito apenas para ter um relacionamento sério é muita falta de respeito consigo mesmo. Não leve a sério a máxima "não sou feliz mas tenho marido". Você deve tentar salvar a relação, mas para certos casos não há salvação: tem de se abrir mão!
Antes eu achava que se você passa a dividir além da cama as mazelas cotidianas com seu mancebo, vocês estavam namorando. Lia ficava irada com essa minha máxima. E ela tinha razão, porque eu estava errada. Se você conta suas mazelas ao seu mancebo ou vice-versa, vocês estão apenas buscando cumplicidade e apoio. Só. Um bom relacionamento a dois não precisa de rótulos para funcionar. Nem precisa ser público a ponto de todos saberem via Facebook o quanto vocês se amam, quando um está na casa do outro ou o que fazem juntos.
Um bom relacionamento é feito de privacidade (não quer dizer se esconder ou fazer a linha não falo da minha vida pessoal). Eu falo de não soterrar a timeline com declarações de amor, fotos e coisas que façam alusão ao casal. O relacionamento é apenas a dois. Você fica feliz em postar mil coisas, mas isso chateia e gera inveja. Monitorar as redes sociais do seu eleito também não é garantia de fidelidade. Quando a pessoa quer fazer, ela vai e faz, independente do quanto você controle, ameace e chantageie.
Hoje eu sei que um relacionamento a dois é feito de cumplicidade, amizade, confiança e umas doses de paixão. É óbvio que há os dias cinzas, cheios de dúvidas, incertezas, silêncios e melancolia. Mas tudo na vida tem altos e baixos. Exige manutenção diária. Mas isso não quer dizer grude ou sufocar o outro. Tem que gostar de conversar e estar junto. Não adianta namorar alguém lindo com o qual você não consegue trocar uma ideia. Ou discutir um ponto de vista.
Também aprendi que sexo bom não é garantia de relacionamento bom/saudável. Depois dos momentos de alcova a vida continua e o seu Casanova/Christian Grey pode ser um fiasco em outros departamentos que você considera fundamentais, como a confiança e o respeito.
Deve haver menos cobranças e mais demonstrações espontâneas de afeto. Deve ser mais um complemento de alegria em sua vida e não mais uma fonte de dor de cabeça. Devemos ser dois, como no começo e não "um" que perdeu a individualidade no meio do caminho. 1 + 1 tem de ser 2 que sabem compartilhar a vida a dois e conciliar amizades, hobbies e outros interesses. E sim, acho válido pegar papel e caneta e escreverem o que esperam um do outro, como li uma vez em um post do Casal Sem Vergonha. Daí evitam frustrações futuras.
E você, o que aprendeu nos seus relacionamentos anteriores?