31 de agosto de 2011

QUESTÃO DE ESCOLHA


Que eu me lembre, nunca brinquei de “sim, não, talvez” (aquela brincadeira que você não pode dizer essas três palavrinhas mais de uma vez porque perde o jogo, senão me engano).
Em meados de 2009 a palavra que mais ouvi foi “não”.
E a palavras que mais disse, também.
Eu ouvi “não” do Pedro, o meu ex-affair que sofria de compromissofobia mas se redimiu e está namorando (outra mulher, que fique claro).
Eu ouvi “não” e alguns insultos e puxões de orelhas junto de algumas pessoas quando estávamos desenvolvendo nossa pesquisa de TCC.
Até brincava e dizia: faça como o João, diga não! (João é coordenador de um curso de comunicação em uma universidade paulistana que não citarei o nome. Quando liguei para ele para uma possível autorização para aplicar a pesquisa de mercado lá, ele foi curto e grosso.
E eu muito babaca ainda argumentei: - por que não?
No que ele respondeu: - é não, e ponto.
Engoli em seco, não tinha muito tempo para questionar nada mesmo.
Tempos depois, na definição de entrevistados para o projeto editorial aconteceu de eu ter de ligar para alguém que havíamos limado por falta de tempo (sim, erramos em não mantermos mais contato, etc).
Bem, a pessoa disse o óbvio para mim: - não!
Outra vez não havia tempo hábil para abaixar a cabeça.
E o não acabou virando vários “sim” de uma maneira tão absurda e surpreendente que eu me espantei!
(motivo: escrevi para todos os contatos que eu lembrava falando do projeto e as coisas foram acontecendo).
***
Eu ouvi um talvez.
Talvez é uma palavra dúbia.Te faz criar esperanças, faz quem diz ganhar tempo, te levar na conversa.Dúvida eterna.
Quem me deu esse talvez foi o Fernando, também coordenador de um curso de comunicação em uma universidade paulistana, que sempre que eu ligava cobrando uma posição, dizia que talvez.
Foi assim até que o talvez acabou virando não e eu perdi o prazo.
Diga talvez, mas dê a resposta conclusiva antes que seja tarde demais.

***
Eu disse não a quem quis se aproximar de mim.
As propostas de emprego que eu julgava não dar conta.
A preguiça, a letargia, a tristeza.



Sempre direi não toda vez que você insistir em pedir para se aproximar.
Não insista.

***

Eu ouvi muitos “sim”.
Foram esses “sim” que tornaram possível, por exemplo, a minha existência.
Só isso explica o fato de eu ter sido concebida.
O fato de eu ter ganho uma bolsa de estudos.
Os sete anos que saí da casa dos meus pais dependeram do “sim” que eu mesma me dei em contrapartida ao “não” que meus pais deram.Eles não apoiaram, mas não impediram.
Ficar em São Paulo para estudar Design e conhecer, aprender, me divertir e conviver com tantas pessoas legais (e outras pero no mucho).
Esses “sim”, os que eu dei, e os que eu ouvi, foram fundamentais.

***
Talvez não seja uma questão de “sim, não, talvez”. São as escolhas que te oferecem, ou que você oferece aos outros que no fim faz toda a diferença.


30 de agosto de 2011

ALEGRIA NA MEDIDA


Um adendo: uma tentativa de voltar aos posts sérios, por assim dizer.

Eu quero entender afinal o que pode tornar um dia feliz?Ou não?
Se tudo der certo, eu vou ficar tranqüila.
Se tudo der errado, eu vou ficar desapontada?
Vou achar o mundo injusto?
Pôr a culpa em alguém?


Se eu brigar com minha mãe, meu pai, meu irmão (ou com toda a família  de uma vez, como já aconteceu), com meus amigos, eu sei que vou ficar triste,  talvez ache que a culpa seja toda minha. Ou toda deles. Ou que todos estão paradoxalmente certos e errados.Serei eu madura para entender  que nem todo mal é definitivo?
E o conflito e a crise é para encontrar uma solução?


A alegria e a tristeza fazem parte da nossa vida. Se eu pudesse escolher, todos os dias seriam de alegria. Eu posso escolher, e quero sim que todos os dias sejam de alegria.
Hoje eu entendo coisas que há alguns anos pareciam impossíveis de entender.
Entendo que se meus pais diziam não a algum pedido meu, com certeza não era  um boicote ou falta de amor, como eu pensava.


Entendo que todas as brigas que tive com meu irmão, foram por motivos tolinhos.
E passava-se cinco minutos e lá estávamos nós, grudados no sofá vendo televisão.
Se eu briguei com alguns amigos, a cabeça esfriou, o tempo passou e nos mostrou  se valia à pena seguir adiante.


Quanto aos amores?
Os que eu deixei, e os que me deixaram, foram porque o amor acabou. Simples assim.
E não há culpa. Não da minha parte. (se você é meu ex e lê este blog, vejamos: se eu te deixei, não me culpe).
Alegria tem muito a ver com liberdade.
Afinal, se a sua alegria depender de falar ou fazer o que quiser, você vai precisar  (e provavelmente não vai encontrar) toda a liberdade que precisa.


Fazer o que quiser é tão apaixonante. Mas não funciona neste mundo. E você vai deixar de ser feliz por isso? (Por favor, responda que não). Gente alegre e feliz demais irrita, também.
Porque simplesmente você não acredita em tanta alegria em todos os 365 dias do ano. Minha ideia de felicidade hoje é essa: - acordar, ir ao trabalho, tomar o café com leite de 
sempre, conseguir executar o que me pedem (e o que eu não consigo eu já explico logo 
porque não deu certo e parto para a próxima), encontrar internet e telefone funcionando,
voltar para casa, saber que todos estão bem, pensar e executar meus planos paralelos,
sair de vez em quando com os amigos, comprar minhas revistas de menina, e recentemente, 
as de negócios, comprar livros, bater papo com minha mãe no fim do dia, ouvir música...


Nada muito ambicioso.
E levando em consideração que minha vida está desse jeitinho que acabei de descrever, 
sim, eu sou uma pessoa feliz. Tá certo que às vezes me tiram do sério, mas eu sempre volto à programação normal. Alguns conhecidos meus falam que eu deveria ter um namorado e talz, mas...de 2005 até o  início de 2010 não consigo me lembrar de ter um período sozinha. Estava sempre enrolada. E decidi que eu preciso aprender a ser feliz sozinha. Porque, se você aprender a arte de ser feliz sozinho, certeza que você vai saber fazer outra pessoa feliz.

29 de agosto de 2011

SEM CORAÇÃO, EU?


Dia desses eu estava aqui no escritório, em um dia de melancolia e dor de cotovelo
ouvindo e cantarolando “As lembranças vão na mala” do Luan Santana.
Daí o Gabriel, o filho da minha chefe chega e pergunta:

- Meu, você tá ouvindo Luan Santana?
Eu respondo: - estou ué, tô com dor de cotovelo, coração sangrando e toda a sorte de drama.
Daí ele me olha e constata estupefato:
- Ouvir Luan Santana tudo bem. A surpresa é você ter coração!

26 de agosto de 2011

VOLTA POR CIMA

Todo mundo tá comentando a capa da Thaís Fersoza para a VIP de setembro.
Eu não podia ficar de fora, obviamente.
Poderia criticar o batom snob (rosa-b*ceta, como diria a Lele do TDUD?), a capa clean (que achei muito bonita, por sinal) ou ainda, escolherem essa foto com cara de tudo, menos sexy.
Se você não lembra, Thaís ficou no olho do furacão ao ser abandonada em plena lua-de-mel pelo também ator Joaquim Lopes, que em seguida assumiu romance com Paola Oliveira, a insossa Marina (da finada Insensato Coração).
Daí Paolinha indiretamente deu uma força à carreira do moçoilo,  que está no ar atualmente em Morde & Assopra, mas não tá causando muito rebuliço.

    casal polêmico: Joaquim e Paola

Voltando a Thaís, a prova que a vida tem altos e baixos  é essa imagem:


- capa da VIP, futura capa da Playboy, loira e vilã da novela Vidas em Jogo, da Record.
(Tá certo que vai ser lembrada eternamente como a mina abandonada, mas tava na hora de sair desse personagem, néam?)
Em suma: arrasou, Thaís!


25 de agosto de 2011

INCÓGNITA

Dia desses você me ligou e disse que se lembrava do tempo que eu pintava as unhas do pé de Marina, da Impala (é um esmalte azul claro, manja?).
De tantas coisas para se lembrar de mim, vai lembrar logo dos meus pés?
Você é meio exótico, admito.
Pena que a minha memória é boa.


Porque eu consigo lembrar do primeiro dia que nossos olhos se cruzaram, as palavras que nós trocamos, as gentilezas que vieram a seguir, o plano mirabolante que bolei para ficar cinco minutos do seu lado.


Eu lembro do primeiro beijo.
Eu lembro do último beijo.
Eu lembro que fui eu que saí fora.
Eu lembro da minha indelicadeza e pior do que isso, eu lembro da sua tristeza.
Eu sei que a gente até gostaria de ficar junto, mas a gente tem medo demais pra fazer isso e não quer correr o risco.


Obviamente são muitas lembranças, que eu espero que se tornem menos vívidas com o passar do tempo.
Mas o que me deixa mais intrigada é por que tanto fetiche com os meus pés?
Eles são horríveis.Sim, graças a Deus eu tenho dois pés sadios, mas esteticamente falando, são feios, ok?
Mistério...



24 de agosto de 2011

BALADA BOA?

Se você gosta de sertanejo universitário já deve ter ouvido falar em Gusttavo Lima (assim mesmo, com dois "T").
Você já parou para ver o clipe da música nova dele, "Balada" (aquela do tchê, tcherere, tchê)?
Pare e veja com bastante atenção:


Agora responda: CADÊ a presença de palco do rapaz?
A impressão que passa é que ele está constrangido de  participar disso.
Eu hein...

23 de agosto de 2011

FOI SÓ EU QUE REPAREI?

Ontem estreou a nova novela das nove da Globo, a Fina Estampa.
E foi só eu que reparei que a Sophie Charlotte teve a sorte de ter como irmão na ficção o ator Caio Castro, que ela namorou na época da Malhação?

E para aumentar ainda mais o desconforto, o Caio tem de conviver com a ex e o atual dela, Malvino Salvador, porque ele é o irmão mais velho de ambos na trama!


Minha dúvida é: como esse povo se relaciona no dia a dia?
Eu não teria inteligência emocional para trabalhar com ex e atual.Você teria?

22 de agosto de 2011

DROP IT LIKE IT'S HOT


Vamos aos fatos:
Estavámos rindo do tiozinho da C.O que estava muito encantado com meus atributos físicos, quando nos lembramos de uma frase da espirituosa Monique, que se casou recentemente:
- Eu já queimei as duas chances que eu tinha de ser rica: - a primeira, quando nasci e a segunda, agora que casei, mas eu não largo meu fofucho por nada desse mundo, ainda mais agora que ele foi aprovado no concurso do TJ.
Daí eu me lembrei de outra chegada, que se diz feliz no casamento, mas se vier a se separar e casar de novo, só se for por interesse.


Minha dúvida é se alguém sinceramente conseguiria ser feliz em uma relação que visa apenas os fins financeiros?
Óbvio que existe gente assim, estamos fartos e cínicos de ver isso todos os dias, seja uma das partes sincera e a outra cheia de segundas intenções, ou então é o clássico golpe da barriga. Não importa. Não vislumbro felicidade em uma relação assim. Se em um relacionamento em que ambas as partes querem estar junto, felizes e apaixonados já surgem conflitos, imagine em uma união por conveniência.


Há algum tempo atrás não era assim.A gente (mulheres) não tinha o direito de escolher o nosso companheiro, por assim dizer.Escolhiam pela gente.E sabe se lá porque, nem sempre
nossas escolhas agradavam nossos pais.Mas enfim. Eu poderia discursar horas sobre a mania imbecil que todo mundo tem de idealizar o/a parceiro/a.
Idealizar é: achar que o outro sempre tem de dar o sangue, ser a prova de falhas, estar sempre muito aí para você, mas na prática é tudo diferente.Voltando ao motivo deste post:
É obvio que um parceiro/a com grana é muito mais cômodo e confortável, mas a grana não pode ser a base dessa união.Se a grana acabar, vai fazer o quê? Sair fora, como quem sai de uma empresa que acaba de quebrar?


Eu já estive a lado de um cara que tinha grana, vivia trocando de carro, comprando imóveis e...Sim era muito confortável, sim era muito bom sair desfilando em carro novo, receber presentes legais, ir em lugares para poucos e bons, mas...
O namoro acabou e eu fui convidada a me recolher a minha insignificância, como diria Severino Cavalcanti. Ficar sem as mordomias foi tranquilo, no final de tudo.


Quando estava com ele eu percebia uma certa arrogância da parte dele porque nas palavras dele "eu podia me matar de estudar e nem chegar perto daquilo que ele conquistou com o trabalho dele e quase nada de estudo".Ouvir isso era muito humilhante.Parecia que ele queria me dar o recibo de loser. A parte ingênua de mim quer acreditar que ele só dizia para se autoafirmar. O ideal é um relacionamento em que ambos os envolvidos estejam na mesma situação, do mesmo lado.Ou mesmo que estejam em momentos diferentes, que tenham maturidade para reconhecer que nada é definitivo. Como diz a propaganda do Bradesco Seguros, vai que...

Continua...

18 de agosto de 2011

É A SUA INDIFERENÇA QUE ME MATA!

Segue abaixo duas definições do Houaiss para indiferença:

  falta de interesse, de atenção, de cuidado; descaso, desinteresse, negligência
Ex.: i. pela dor alheia
  estado daquele que não se deixa conduzir por sentimentos arrebatadores como amor, ódio, raiva etc.; distanciamento, frieza 



A definição de indiferença, por Zezé di Camargo & Luciano:



" É a sua indiferença que me mata
É uma invasão, um nó dentro de mim
Coração divide em dois na sua falta
Uma parte é o começo a outra o fim
É a sua indiferença que me mata
Que me mata, que me mata
Coração divide em dois na sua falta
Na sua falta, na sua falta "
E bem, minha definição de indiferença: sabe quando a pessoa que você gosta parece fazer questão de ignorar o que você diz. O que você quer. Ou que você se importa.
Eu entendo que isso é indiferença. E dói, porque é enlouquecedor alguém te rejeitar e você simplesmente não saber porque. 
É você marcar um encontro com alguém, a pessoa
 confirmar e no dia, você ficar a balada inteira olhando para porta, esperando ele (a) entrar por aquela porta e acabar a ansiedade.
É o convite que eu fiz para um amigo vir a São Paulo e...Ser ignorada com veemência.
É a moça que entrega panfletos na rua te estender um (panfleto) e você passar por ela sem piscar.
É você dizer "não" para galera da pesquisa, que ganha o dia a cada pesquisa respondida.
É você fingir que está tudo bem e não participar das manifestações políticas que rolam na rede.
É você escutar alguém que passou por um momento difícil e continuar falando de si mesmo,sem se importar com os sentimentos do outro, que quer apenas o seu abraço, seu silêncio, um cafuné e o conforto do seu colo.
De alguma maneira, reaja, mas não seja indiferente.



PORCELANE

Para ler ouvindo: Porcelane (Moby)


Quem ouve a voz doce e pausada de Hannah não percebe os segredos que se escondem por trás desse timbre. Quem vê sua estatura pequena não consegue imaginar o quão grande
ela pode ser. 
Eu admito que admiro o jeito doce dela de dizer e fazer pequenas maldades, com a voz doce, o sorriso fácil.


Hannah é casada com Heitor.Tem filhos.E se tinha algum plano para a sua vida antes de conhecer o marido, ela jogou fora todos.Suas roupas, suas unhas, seu perfume, o penteado...Tudo tem de ter uma aprovação dele.Se ele não gostar, não serve. Se até aqui você achou Hannah submissa, "se preparasse-se", porque tem mais: - Heitor não se preocupa com nada, deixa todas as responsabilidades nas mãos da Hannah: as despesas, a educação dos filhos, o jantar...E se algo dá errado, o mundo cai na cabeça dela, porque afinal, ela é incompetente, louca e o casamento deles é pura fachada!


Sempre que brigam, é o mesmo enredo: - ele sempre está certo, ela está sempre errada, daí passam umas duas horas e a programação volta ao normal. Quando discutem, ela até tenta argumentar, mas Heitor e seu jeito destemperado acabam levando vantagem.Nem se ela quisesse competir usando um megafone ela venceria. O que ela não consegue entender é que ele não é o tipo de cara que se esforça, ele chega e EXIGE atenção, ajuda...
...E o que ela precisa ENTENDER é que a relação deles entrou num estágio tão grande de
perturbação que no ponto de vista dela, isso é comum.


Desculpe Hannah, mas não é comum ser SEMPRE menosprezada.Não importa o que aconteça, você é sempre a vilã.Mesmo que a culpa não seja sua, ele sempre acha um jeito de te acusar. Eu nem sei se você sabe, mas em algum momento você pode chutar o balde, largar tudo e recomeçar.
E os seus filhos?


No começo todo mundo vai sofrer, mas a longo prazo será perceptível  a melhora da qualidade de vida de vocês. Parece fácil falar, mas as coisas desagradáveis que aconteceram na vida dele antes de você chegar não é culpa sua.Aliás, não é motivo para ele destratar ninguém.É um problema dele.Ninguém tem nada com isso. Você deveria ter dito isso na primeira briga que tiveram, mas decerto você aceitou que tava errada e rezou para ele não te deixar! Como em todas ás vezes que vocês brigam. Que relacionamento sólido, baseado em uma fibra de fio!


Não sei quanto tempo desfrutarei de sua companhia, mas saiba que você pode recomeçar!
Dostoiévski já dizia em "Crime e Castigo" que os homens são capazes de se adaptar a qualquer adversidade.Pense nisso e reflita se você é realmente feliz...Ou apenas acredita na sua propaganda de família feliz que você criou para o mundo?

14 de agosto de 2011

COLOR BLOCKING

Ninguém é 100% bom.Ou 100% ruim.
Alguns ficam no meio da caminho, não são nem bons, nem ruins.
Outros conseguem despertar simpatia e/ou antipatia onde quer que passem.
Eu nem sei em qual dessas categorias eu me encaixo mais obviamente, como a observadora sei exatamente onde o personagem desse post se encaixa:
- o cara que desperta antipatias.


O timbre de sua voz me irrita às vezes, porque não adianta, você não é simpático.Para piorar, ama se intrometer em assuntos que não lhe dizem respeito. Ama acender o pavio.
Usando uma expressão minha, ama ver o diabo sair da garrafa.
A única pessoa digna de receber elogios, é adivinhe... Ele mesmo, ora pois.
Sua mulher não é boa o suficiente.Seus amigos não são bons o suficientes, nada é o bom o suficiente.


As coisas só estarão boas, em seu torpe ponto de vista quando todos se dobrarem as suas vontades. Quando tem um problema, simplesmente não consegue encontrar uma solução sem berrar, ameaçar ou coagir a outra parte envolvida na peleja.
Você acha isso bonito?


Quando alguém perde a cabeça, o controle ou tudo isso de uma vez, você não é o cara do deixa disso: você é o cara que vai incentivar a carnificina, o que vai escolher  um lado e baixar a porrada.
Você não olha para os lados, apenas olha para baixo, para umbigo.
Desde que salve a sua pele, seria capaz de pôr a mãe na fogueira.
Lógico que há dias que eu consigo rir das suas piadas, mas é só quando eu estou num bom dia.Do contrário, a minha vontade é mandá-lo para aquele lugar.


Ou você é mimado.Ou você é do mal.
De qualquer forma, estamos no mesmo barco.Tanto eu quanto você estamos à deriva.
Até o dia em que alguém, que sabemos bem quem é, dê a um de nós dois a direção definitiva ao olho da rua.


13 de agosto de 2011

DOCE ESPERA

Um dia desses, após ver mais um desses acidentes de trânsito, meu coração ficou apertado.
Eu fiquei imaginando se por acaso, você era a vítima.
Deu medo.
Te dei um perdido porque você tinha desculpas esfarrapadas demais para sair comigo e como agora eu sou uma mulher que prezo pela qualidade de vida, como diria a sábia Aninha, simplesmente saí da sua vida.


Fácil não foi.
Difícil ficar bancando a durona, a blasé, a fodona.Quando tudo que eu queria era te abraçar, ouvir a sua voz doce sussurrar coisas amáveis no meu ouvido.
Passaram-se uns três meses sem nos falarmos até que um dia eu te vi na rua e...Me escondi atrás da banca de revistas, fingindo não te ver.
Típico de uma pirralha!


Para meu azar você me viu, eu percebi que não ia embora e saí do meu esconderijo.Eu vi a porta do carro se abrir e me ouvi de cumprimentando e te mandando um beijo estalado.
Senti meu cérebro maquinando planos de encontrá-lo mais tarde.
E ouvi a voz da razão gritar "ele não quer você, para de se esforçar, ok?"
Então sexta-feira a tarde meu telefone vibrou e no visor reconheci o seu número. Atendi.Eu sabia que estava com saudade mas quando escutei o timbre da sua voz notei que estava era morta de saudade.


Fui educada com você.Doce até.
Fiquei feliz e confusa.
Ainda estou assim.
Disse nos veríamos em breve.Não menti.
Sempre que marcamos alguma coisa, deu errado então não vou contrariar o destino.
Quando Deus (e nossas agendas) quiserem, a gente vai se ver.
Eu não tenho pressa.

8 de agosto de 2011

APENAS O FIM

Para ler ouvindo: Stars and Boulevards - Augustana

Faz pouco mais de dois anos que nos separamos.
Que colocamos um ponto final na nossa história bonita, como bem disse um amigo em comum. Eu sempre vou ficar impressionada com essa atitude minha, de te mandar embora.
Eu que sempre prometi a você não abandoná-lo, mas você foi longe demais.
E o fardo ficou pesado demais para suportar.
Aliás a gente já não estava se suportando, verdade seja dita.


Naquela época eu não saberia dizer mas hoje, tempos depois, eu me sinto aliviada. Não sinto tanta raiva de você como senti um dia. Eu nunca senti raiva.De você. Senti foi uma frustração imensa quando eu gritei no seu ouvido que acabou e você muito secamente me disse: - então tá!
Foi como uma anestesia.Eu não sentia.
No outro dia você me ligou e perguntou:
- Você tem certeza que nós terminamos?
- Absoluta.


“Dos nossos planos é que tenho mais saudade”.
Nos primeiros dias eu senti um imenso alívio porque meu telefone não vibraria mais e do outro lado da linha eu escutaria uma criatura desconfiada me perguntar:
- Aonde você está?
- Com quem?
- Por quê?
E no final, sempre uma ordem:
- Sai daí agora! (que eu nunca obedeci).


Quando você me desejava que eu fosse muito feliz, era óbvio que não era de coração.
Eu tive a audácia de te deixar, imagine! Sofrer, sofrer de chorar pelo fim eu não sofri.
Já sabia que a gente não se amava mais faz tempo, a gente só tinha medo demais para admitir um para o outro, porque se tinha uma coisa em que a gente acreditava muito, era no amor que a gente nutriu um pelo outro enquanto estivemos juntos.


Muitas vezes eu me sentia mais uma posse do que uma pessoa ao seu lado. Como um punhadinho de argila que você foi moldando, construindo...
...Se você gostava de mim de um jeito, por que me lapidar, como um diamante bruto?
E para defender minha personalidade, entramos em rota de colisão.
Para defender os meus amigos.Minha família.Quem quer que fosse. A sensação que eu tinha é que você parecia odiar todo mundo que me amava, de certa forma.


Saiba que eu escolheria eles (família e amigos) tantas vezes fosse necessário.
Sempre soube do seu universo paralelo.Um mundo onde eu nunca seria convidada a pisar e francamente, não fiz questão. Fechei meus olhos para seus deslizes, suas traições, suas falhas. O que me importava era a qualidade do nosso relacionamento, de verdade.
Quando isso começou a degringolar, eu liguei o alerta amarelo.


O dia que senti mais pena de mim foi quando você me deu um gelo após eu sair da sala de cirurgia: - você só ligou para perguntar um telefone qualquer e nem quis saber como eu estava. Aquilo me matou, ali eu soube que não podia mais contar com você e fiz o que sempre fazia: - chorar! (Aliás o segundo semestre de 2008 eu estava de dar pena. Como eu era infeliz, como eu comia para tapear a ansiedade, como eu estava cansada.Contrariada).
Uma das poucas coisas que ainda me animavam era ir à faculdade (quando eu não entrava em crise e chorava uma noite inteira seguida) e meus amigos.


Não sabia dizer se estava pior com você.Ou sem você.
Só me senti segura para terminar porque a gente não se via mais com a mesma freqüência e eu estava acostumada a sua ausência.
Admito que os primeiros dias foram estranhos.
Foi como saltar no vazio.
Ia da compaixão à raiva. Do medo a coragem.Da dor a alegria.Às vezes em um mesmo dia.


Foram necessários dois anos inteiros se passarem para eu me sentir como sinto hoje:
- inteira.
Como eu disse, nunca senti raiva de você. Hoje eu sei que não podemos ser amigos porque há uma sutil diferença na maneira de enxergarmos o mundo ao nosso redor e os fatos.Simples assim.
Muita gente pode não acreditar, mas nós fomos muito felizes juntos e em alguma parte do processo sonhamos com uma vida no litoral, longe do caos, da correria, com tempo apenas para nós mesmos.


Hoje eu entendo tanta coisa que não entendia naquela época e não mudaria uma vírgula em nada do que fiz. Ia ser mais fácil se você parasse de ser mais santo do que o próprio Cristo, mas se era tão difícil assim falar a verdade para mim, gostaria que soubesse que eu sempre soube. E descobrir foi um dos motivos do nosso fim.
Não sei quando aconteceu mais um dia acordei e reconheci que você não foi só o vilão.
Você me ajudou, cuidou, protegeu. Seria injusto eu desmerecer tudo isso. Logo eu que sempre digo que não podemos desmerecer o que foi feito de legal na primeira mancada
que a pessoa dá.


Eu sei que você ficaria mais feliz se alguém te falasse que eu tô na pior, mas isso se chama, na melhor das hipóteses, dor de cotovelo. Esse post não foi para lavar roupa suja.Não foi para fazer mea culpa.
Não existem fantasmas. Não existe mágoa. Muito obrigada por ter me desconstruído. Por ter me deixado mais forte. Por me fazer melhor do que eu nunca fui.
Eu não teria conseguido isso senão fosse você.


Muito provavelmente eu seria a mesma imatura e frívola de sempre.
Obrigada por me ensinar a perder. A te perder aos poucos, para que no fim a dor não fosse tão lancinante. Se um dia houver um encontro, que a gente saiba reconhecer o quão importante fomos um para o outro e que não haja hostilidade, apenas aquele calorzinho confortável no coração.


7 de agosto de 2011

NO GOOD FOR YOU

Antes de mais nada, você precisa ler ouvindo:




No good for me (The Corrs)
Precious Ilusions (Alanis Morissetti)
Wicked Game (Chris Isaak)
Broken Hearted Girl (Beyoncé);
Are you happy now? (Michelle Branch).




Às vezes eu converso com a Lia e tento entender o que se passa no coração dela. Não estou julgando nada, por que afinal de contas, eu sou alguém na noite paulistana pra julgar alguma coisa?
Se você não está entendendo nada vamos aos fatos:
- quando eu conheci a Lia, em meados de 2008, ela saía com um cara, mas assim, "não era namoro", como ela enfatizava. Essas saídas eram regulares, e naturalmente, com o passar do tempo eles foram se envolvendo, - e mais do que dividir a cama eles passaram a dividir as mazelas do cotidiano. Típico de quem cria vínculos.
Mas assim, não era namoro.


Já se passaram três anos desde então e no meio do caminho começaram a surgir
um monte de pedras:
- assumir ou não o relacionamento;
- a família vai aceitar um cidadão com uma bagagem atípica (mais velho,
casamento desfeito e filhos a tiracolo)
- será que ele (a) vai me trair?
Houve idas.
Voltas.


Numa dessas idas eu simplesmente assisti ela definhar.Sim, definhar, sofrer por amor. Porque o dito cujo assumiu um namoro, mas não com ela.
E como ela teve acesso a tal informação?
Quem disse Facebook ou Orkut acertou.
(Vale lembrar que o dito cujo também tem suas inseguranças, como o fato de Lia ser bem resolvida, ter personalidade forte e ser mais nova que ele. Rola também um sutil medo de não dar mais conta, se é que me faço entender).


Os dias foram passando devagar, acredito. Não é legal descobrir que o cara que você gosta está namorando.Pior ainda quando ele ainda estava com você, na prática. Muitos e-mails, conversas no MSN, torpedos e perdidos depois, as coisas entre Lia e o dito cujo continuam da mesma maneira. SIM!
A única coisa que mudou é a família que finge não saber sobre seus sumiços, as amigas em unanimidade que reprovam o relacionamento e a insistência de ambos em continuarem juntos. Em alguns momentos eu acho que a Lia tinha que ir adiante e simplesmente esquecer,
mas falar é sempre mais fácil do que fazer.


Como ir em frente se isso significa deixar para trás o que você quer? Como lidar com a saudade das partes boas? Como reconhecer que todos aqueles esquemões e planos bolados a cada encontro não vão ter o final feliz esperado? Como viver e saber que ele simplesmente não faz mais parte da sua vida?
A vida não é como em um filme, que você faz a escolha e a seguir surge uma sequência
com a legenda "tempos depois".
É um dia de cada vez!


Em outros momentos eu me pergunto: - por que não admitir logo de uma vez que estão
juntos?
Mais uma vez eu digo: tão fácil falar, difícil fazer. Porque admitir significa lidar com novas situações: - seus pais que vão reprovar seu relacionamento por medo dele largá-la ferida tempos depois, seus irmãos que também vão reprovar seu relacionamento (muito provavelmente).


E sabe o que é pior: reprovam sem ao menos dar uma chance de provar que do mesmo
jeito que pode dar errado, também pode dar certo! São suas amigas (eu inclusa) que muito provavelmente vão rejeitar o pária. E você vai ficar chateada.
Do outro lado é você que vai ter de administrar toda essa gente que aprendeu a te amar
ao longo do caminho, desapontada porque você não foi pelo caminho mais fácil e confortável, para eles, é claro.


Você que vai ter que batalhar para ganhar o carinho e o respeito dos filhos dele. É ele que vai ter de lidar com o fato de que " essa moça linda que eu amo" não vai tomar o lugar da mamãe. Ele vai lidar com ciúme, insegurança e medo de não acompanhar o seu ritmo, celebrar suas conquistas e compreender o seu mundo de um modo geral.


São vocês dois indo e vindo, ano após ano, incapazes de seguir adiante longe um do outro, incapazes de admitir que não podem viver longe um do outro. Lia e dito cujo (assim mesmo, com letras minúsculas), o tempo está passando, as pessoas que convivem com vocês continuam levando a vida delas da maneira que podem e vocês aí, escrevendo a história de vocês na clandestinidade, omitindo de tudo e de todos o óbvio?


Apenas uma dúvida:
Dito cujo, se você não a quer mais, por que simplesmente não mandá-la embora, com todas
as letras? Te faço a mesma pergunta, Lia.
Outra hipótese a ser considerada é o hábito.Já se acostumaram a ficar juntos, já se conhecem bem, como imaginar a vida sem a presença do outro?
Seja hábito, seja amor, o tempo está passando.


Mais uma pergunta Lia:  você se intimidaria se ele te pedisse em namoro?
Iria em frente ou saíria correndo para bem longe?
Seja franca consigo mesma. Isso vale para você também, dito cujo.
Pelo que a Lia comentou comigo da última vez que se viram, eu tive a impressão de que ele
jogou nas mãos dela a responsabilidade de pôr um ponto final na história deles. Motivo: 
- como interpretar a seguinte declaração "vocês são fogo, vocês (mulheres) só querem
escutar o que vocês querem, o que você quer que eu te diga ou faça, quer que eu termine com você, eu não vou fazer isso". Esta declaração foi dada após ela cobrar uma posição a respeito da situação deles.


Analisando bem essa colocação dele, a impressão que dá é essa mesmo. "Eu não vou perder essa boquinha, eu só perco se você quiser sair fora". Como proceder: - continuar ficando com o cara, sabendo que como casal (se depender dele) vocês serão eternamente enrolados? Pior: não é digna de ser apresentada como namorada dele!
Ou então sair fora, sofrer tudo o que tem direito e esperar  a vida te surpreender com uma
nova paixão?


Se você continuar com ele, a não ser que seja um relacionamento aberto, você não vai 
poder conhecer outros caras e finalmente ter uma relação sadia (não é normal sempre sair escondido e omitindo informações, sorry dear). Se você segue em frente, encerra um ciclo.Inicia-se uma nova etapa.Mais doída, é verdade, mas nem sempre a gente sai ganhando em tudo.Nesse momento você aprende uma das lições mais duras que existem: 
- aprender a perder, a renunciar, porém é na dor que mais aprendemos, então no fundo será
válido. 


Não é legal, mas em algum momento vai bater a saudade. E você tem de enfrentar.
Sofrer.Chorar, se for necessário. Infelizmente, de novo. Resistir as tentações de procurá-lo.
Acredite, Lia, se fizer isso quando menos esperar vai perceber que aprendeu a conviver com
a ausência dele. Antes de escolher por ficar com ele, pense: - ele vale todo o sacrifício que vai enfrentar? Por fim, saiba que não importa o caminho que você escolher, alguém vai sair de coração partido. E torço muito para que não seja você.