31 de maio de 2013

ENTENDA DE UMA VEZ POR TODAS QUE...


...arrumar namorado não é garantia de felicidade. Não é a única fonte de alegria existente. É apenas mais complemento na sua cadeia de relacionamentos felizes, diga-se de passagem. Se você se relaciona bem com seus pais, tem bons amigos, tem emprego e até um "projeto paralelo" e se considera feliz, um namorado vai ser mais uma fonte de alegria. 

Estou escrevendo isto apenas porque há pessoas no mundo que me mandam arrumar namorado como se me mandassem ir na padaria comprar pão. Não é assim. Também não é questão de escolher demais. Ou de menos. O cúmulo do desaforo foi nego colocar em suas orações que "eu arrume um companheiro". Porra, que mundo horrível é esse? Por que não orar para eu ter mais clareza nas ideias ou então para que eu me torne mais evoluída espiritualmente?

Se você viveu para ler essas linhas e acha que vai ser feliz APENAS se arrumar um namorado, (ou ter um filho) sinto lhe informar mas você entendeu tudo errado. A responsável pela minha alegria sou eu. Não o outro. Daí vem uma réplica dizendo que Tom Jobim cantava que "é impossível ser feliz sozinho". Ora, concordo. Imagine ficar sozinho mesmo, sem uma viva alma por perto? Deve ser horrível. Não tome esse "sozinho" por parceiro (a) que você pode se machucar adiante. 

E sim, fundamental é mesmo o amor: pra começar, o amor próprio!

PS: pare de ficar dizendo o que devo ou não fazer, afinal você perde tempo demais cuidando da minha vida e esquece de viver a SUA vida, ok? 




29 de maio de 2013

APAIXONADO POR ENGANO


Tudo começou em uma madrugada. Numa mensagem de texto você me dizia que, entre outras coisas "achava que uma paixão arrebatadora está ensaiando retorno". Fiquei lendo caractere por caractere e obviamente escrevi "isso é hora para suspense?". Por um minuto a convencida aqui achou que eu podia ser a tal "paixão arrebatadora". Não. Era o teatro. Era tragicômico. Fiquei rindo por uns instantes, com o orgulho ferido de leve e o alívio de não ter que dar o fora por birra. Por medo. Me senti por um instante protagonista do Depressiva da Depressão.

Tempos depois, eu estava de bom humor e admiti para o autor da mensagem de texto que ora, veja bem: "jurava que eu era a sua paixão arrebatadora". Daí tenho como resposta: "Sério? Que imperfeita você é! Tão cheia de si...Bem, quem sabe um dia diga isso?...Você brinca e fala a verdade ao mesmo tempo...Não é tão impossível (se apaixonar por vc)".

Tirando a dubiedade, as falhas na interpretação de texto e deixando os mal entendidos de lado, reflitam: a gente envelhece e meio que fica com medo de se apaixonar, é isso? Ou é como se ficasse na memória apenas as lembranças ruins que o fim de uma paixão provoca? A lembrança do fracasso é tão viva e presente que nos impede de vivermos novas experiências, novos romances? 

E as desculpas que a gente dá para não se deixar envolver: - a campeã é "não tenho tempo". Tem também a "não faz meu tipo". Mas quando a gente quer MESMO, sempre damos um jeito, não é verdade? Por que sempre ficamos com a herança maldita da mágoa, da decepção, da frustração e não tornamos vivas as recordações do que realmente importa: o carinho, a cumplicidade, a diversão?

O irônico é que o medo da decepção é tanto que passamos a deixar os sentimentos esquecidos em uma gaveta. Se faz de forte. Finge autossuficiência. Por que a gente não pode ser como as crianças, que deixam qualquer desavença de lado após uma briga e voltam a brincar, felizes (afinal a alegria de brincar é muito maior do que uma discussão)?

Porque somos adultos. Nos levamos a sério. E damos importância ao que nem importa tanto assim e esquecemos de valorizar o que realmente vale a pena. 








27 de maio de 2013

(INTER)DEPENDENTE



Eu ia resmungar mais uma vez que odeio depender dos outros e ...oh wait: parei antes de abrir a boca ou colocar os dedos em ação para digitar tais palavras nas redes sociais da vida. É muita ingenuidade da minha parte achar que posso ser autossuficiente. Não sou, nem serei. É assim que a vida funciona. Dependemos um dos outros e ponto final. Cada um lida com isso da forma que achar mais confortável.

Infelizmente algumas pessoas causam transtorno nessa cadeia de interdependência. São as pessoas que quebram seus compromissos sem aviso, não honram com sua palavra, invadem o seu tempo e paradoxalmente te deixam esperando dias a fio por uma resposta...São estes seres que me irritam. O mundo não precisa de mais pessoas assim. Eu não preciso de pessoas assim ao meu lado. E sim, me esforço para não ser uma dessas pessoas atrasa-lado. Credibilidade nunca fez mal à ninguém, afinal. E você, seja um elo positivo nessa corrente #ficadica

24 de maio de 2013

PARA (QUASE) TODAS AS DORES DA VIDA...


Açúcar.
Afeto.
Nunca falha.

22 de maio de 2013

OUSADIA



Nunca vou entender porquê você tem a cara de pau de ser feliz longe de mim. Você bem que podia ter um pouco mais de consideração e dar uma disfarçada, né?

17 de maio de 2013

EM SEU LUGAR


Se você tivesse sentido a dor que eu senti quando te vi ir embora, você me trataria com mais respeito. Seria menos pedante e mais solidário. Seria meu amigo. Não me preencheria nossa história com o silêncio e distância típicos da vida adulta. Nunca vou te entender, mas nessa altura da vida eu já nem quero mais. Me decepcionei com você. Costumo me decepcionar com quem se contradiz. Me chame de estúpida se quiser (porque eu sou mesmo, e não escondo de ninguém, mas hoje eu vim escrever sobre você, então voltemos a nossa pauta). Eu não ligo. (Você vai me dizer que não tem obrigação de agradar. E eu digo que se dane)!

Eu não perdoo quem vai contra o que prega. Você cansou de me dizer que não queria. E o que você fez? Você foi lá e FEZ! Fez o que não queria, porra!? Ou o que dizia não querer, só pra dar uma de esperto? Se você tivesse me dito que tava a fim, eu ia dizer para você ir em frente. Porque eu sou dessas. Eu falo o que você quer ouvir. Contrariar pra quê? 

Não te levo mais a sério. Não quero mais saber. De você. Apostei todas as minhas fichas , cara. Todos os ovos do meu cesto. Não peça para ficar. Me dê um tempo para lamber minhas feridas. Me prometeu que poderia contar contigo se eu precisasse de algo. Cadê você agora que não está aqui comigo?

E eu preciso mesmo do seu ombro amigo, mas no fundo sempre me virei sozinha. Talvez fosse mais confortável se estivesse comigo mas eu prefiro algo mais espontâneo. Estar ao meu lado apenas para retribuir um favor ou por pena eu também não quero. E é isso que me enfurece mais. Você.Nunca.Quis.Estar.Ao meu lado. E nada enlouquece mais alguém do que não conseguir aquilo que mais desejou. Ainda mais algo que não se compra. Se conquista. Nunca conquistei você, de verdade. E admitir isso dói demais. 

Meus olhos ardem. Meu coração fica pequeno demais para o meu peito. Por isso eu respiro com essa dificuldade toda. Por isso as lágrimas inundam meu rosto. Por isso eu grito até não poder mais. Eu adormeço, entorpecida. E por algumas horas eu esqueço. Se eu fosse você, como lidaria com isso? 

15 de maio de 2013

(NÃO) GOSTO.

 

Gosto de gente objetiva, que fala sem rodeios. Eu espero de verdade que eu seja uma pessoa objetiva. Que faz o que tem de fazer.

Não gosto de gente que fala demais, que se explica demais. A impressão que tenho é que a pessoa está tentando me levar no papo. 

Gosto de pessoas que sabem ser cordiais. Elas sabem dizer bom dia. Elas sabem fazer uma pausa e perguntar se está tudo bem. Elas fazem você acreditar que o mundo ainda é bom lugar para se viver.

Não gosto de pessoas que já chegam chutando a porta. Não dizem bom dia. Acham que você tem obrigação de fazer o que elas querem. Invadem sua vida e roubam seu tempo. Exigem atenção mas isso não significa que ela vá retribuir. 

Gosto de gente que se deixa envolver. Não gosto de gente que não se interessa em criar laços com você. Apenas por educação me esforço para me aproximar, apenas para não magoar alguém para quem este ser pedante é importante.

Não gosto de engolir sapos, mas às vezes é necessário!







 

13 de maio de 2013

APRENDIZADO

Há alguma razão especial para eu presenciar certas coisas irritantes. Deve ser para eu aprender como não enlouquecer ao ouvir gritos histéricos alheios. Ou para buscar um meio para resolver o problema do outro, sem me prejudicar. Também tem sido útil para perceber que mais importante do que falar, é ouvir.

YOU HAVE NO IDEA



Não, você não faz ideia. E não, não queira fazer, por favor. Viver com o coração aos saltos, correndo contra o tempo, sorrindo e blefando, disfarçando sensações. Tentando abraçar o mundo. Mas o seu mundo parece um armário bagunçado: a qualquer momento, as coisas que estão lá dentro cairão sobre sua cabeça. Ou sobre àqueles que te cercam.

E então tudo que estava no armário caiu. Eu punha uma peça no lugar e você ia lá e tirava. Ou se esquecia de guardar algo. E então aconteceu: tudo que estava dentro do armário caiu!
Na primeira vez eu lamentei.
Na segunda vez achei que foi falta de sorte.
Na terceira vez foi um pequeno detalhe que pôs tudo a perder.
Na quarta vez eu já não soube mais o que pensar.

Então deixei de ver e comecei a querer enxergar. Precisava de explicações. Um castelo de cartas é uma boa analogia também. As cartas voavam enquanto assistíamos mais uma vez, passivos. A única diferença é que disfarcei ao máximo as minhas emoções. Obviamente que minhas mãos tremiam muito enquanto tentava montar tudo de novo, mas eu jogava o seu jogo como poucos jogaram: eu blefei, menti, omiti, escondi. Enquanto isso, você estava por aí, mais ou menos como aquele cara do parque do livro da Liz Gilbert: joga uma bituca de cigarro acesa no chão, no capim seco, que logo está em chamas. Alguém te avisou que estava pegando fogo mas você ignorou. Você só percebeu que o parque todo estava em chamas tarde demais. E ao olhar em volta, se perguntou: fui eu mesma que fiz isso? Te digo que foi.

Não estou te acusando, entenda. O seu desprezo pelas regras passou dos limites. Você não é uma heroína. Nem sempre é possível dar conta de tudo. Precisamos escolher nossas prioridades. Precisamos da rotina. Talvez a rotina e a sisudez fizessem de  ti alguém com disciplina. Não me leve a mal, eu quero o seu bem.

Finalmente enxerguei que no fundo tudo o que você quer é fugir. Para bem longe de tudo, de todos. Recomeçar. Mas existe uma bagagem que você não consegue deixar para trás. Nem pode levá-la contigo, por enquanto. Talvez daí venha o seu desprezo pelas regras e o gosto desmedido pela aventura. Você quer ser pega em flagrante. Quer ser expulsa desse jogo porque tem medo de sair por conta própria. Não quer bancar a consequência de partir.

Mas o que você ganha, se você ficar? Dedos apontados para ti. Todos os olhos voltados para ti, quando passa? As pessoas dizendo em suas costas como você sempre faz tudo errado, sempre? Por mais culpa que poderia ter, acha que é digno passar os dias sendo a eterna ré?

Já passou da hora de mudar seu ponto de vista. Já te disseram tanto e o tempo todo que você não faz nada direito que simplesmente você tomou isso como uma verdade universal. Por mais que às vezes você me magoe, eu não vou pagar na mesma moeda. Quero te dar o presente da confiança, para quando você parar para pensar perceba que, mesmo errante, as coisas acontecem por tua influência. Você ainda pode acertar, acredite. Basta começar por essa bagagem que mais atrapalha do que ajuda. Não vai agradar a todos, é óbvio. Mas vai agradar a você. E é isso o que importa. Me diz, o que você está esperando pra começar?

10 de maio de 2013

(IN)VÍSIVEL



Difícil é lutar contra um adversário invisível. Óbvio, eu não sei como me defender. Mas me sinto atacada. Acuada. Esperando a próxima investida. Só queria ter o direito de elaborar minha defesa com mais dignidade. Por mais que tenhamos passado tanto tempo junto, por mais que eu tenha dedicado meu tempo a você, finalmente entendo que não nos conhecemos. Quer dizer, você não me conhece. Eu te conheço muito bem. Aprendi a (re)conhecer uma pessoa em cada gesto, olhar, palavra. Comparo suas palavras com suas atitudes. Sempre discordei de cada uma delas. Em silêncio, pois eu sei ser discreta quando é conveniente.

Quanto menos você me conhece, mais acha que tem o direito de me julgar. Admiro esse seu dom de iludir. Pensei em te chamar para conversar, mas minhas palavras iam ser apenas monólogo flácido para acalentar bovinos. Não adianta. Você tem sua verdade. Eu tenho a minha. Seu erro é não tentar ver as coisas pelo meu ponto de vista. Porque só o seu é o certo. Nem sempre. Agora é tarde demais, porque logo mais eu vou começar a trilhar novos caminhos. Escolha sua. Mas pelo menos nisso eu concordo, sabia? Foi uma delícia, mas não desce mais nenhuma garfada. Foi você quem fez?

8 de maio de 2013

QUE MEDO, BRASIL!!!???


“As pessoas mais próximas projetam as coisas delas em você, têm medo por você”
MOTTER, Juliana a dona da doceria Maria Brigadeiro

Esses dias lendo a edição de abr/2013 da revista TPM me deparei com essa frase da Juliana Motter. (Abençoada seja por ter desistido do jornalismo, porque os brigadeiros dela são sensacionais). Me identifiquei porque eu já conheci esse "medo". Um exemplo fútil é meu corte de cabelo joãozinho. 

Quando manifestava a vontade de cortar o cabelo ondulado até a cintura, ouvia muxoxos, "nãos" ensandecidos e até algumas grosserias: comentei com um guri que eu ficava em meados de 2009 sobre esse meu desejo e ele disse que não ia combinar comigo porque eu tenho o rosto redondo. 

Então em 2011 saí de casa sem rumo, entrei em um salão qualquer e pedi para cortar. Horas depois cheguei em casa com o cabelo curto e minha mãe foi às lágrimas. E eu fiquei muito satisfeita. Por ter cortado o cabelo. Por ter desafiado todo mundo que me advertia. Por que eu precisava da aprovação de todo mundo para fazer um "fucking" corte de cabelo? 

A ironia da coisa é que depois que cortei o cabelo passei a fazer um sucesso inacreditável. E sempre escuto que super combino com esse estilo. Valeu a pena a ousadia.

Atualmente ando refletindo sobre outros tipos de ousadia. Quando a Juliana disse que as pessoas tem medo por você, ela queria desistir do jornalismo e investir na sua doceria. Ninguém aprovava. Mas ela foi em frente. Para ler a história dela clique aqui.

Estou aproveitando essa alteração de rotina onde estou terminando um freela intenso e imenso para pensar sobre trabalho. Eu gosto de trabalhar. Preciso ganhar dinheiro, porque afinal as contas não param de chegar. Quero comprar meus livros e revistas, ir em restaurantes maneiros, etc.

Preciso mesmo sair de casa para ganhar R$4,00 por hora, enfrentando trânsito, tendo como colaboradores pessoas que apesar do nome não colaboram em nada, apenas atrapalham e superiores que cobram resultados mas não oferecem condições para tal? Preciso tratar meus subordinados como se eles fossem meus inimigos? Preciso trabalhar com pessoas que não respeitam minhas opiniões profissionais e quando entramos no âmbito das opiniões pessoais ainda me chamam de louca?

NÃO. Eu não preciso. Tenho alguns planos, mas ainda são borrões. Não calculei as variáveis de ser bem sucedida ou não, mas eu vou tentar. E sei que quando fizer essas tentativas, algumas pessoas que gostam de mim podem ficar com medo por mim. Gostaria de registrar que eu já tenho medo suficiente. 

Não idealizem nada por mim porque se me conhecem bem sabem que sou estúpida e vou acabar dando corte. (Se tem uma coisa que defendo com força é minha opinião). Me deixem bolar meus planos em paz. Porque eu tô com medo, mas vou com medo, frio na barriga e o que tiver por vir, mesmo.

PS: não tem hora melhor para arriscar do que agora =D










6 de maio de 2013

SOBRE ROUPA SUJA


Livremente inspirada em Tati Bernardi (que escreveu uma delicinha de matéria/ensaio na Lola de maio/2013 sobre o querido Alexandre Nero) faço minhas as palavras dela sobre esse padrão de beleza que prega que homem bonito faz chapinha, depila o peito e ostenta abdômen tanquinho:

"QUEM GOSTA DE TANQUE É ROUPA SUJA!"

Eu ando procurando por àquele que tem o olhar entre o tímido e o sacana...Se você tiver informações a respeito de tipos assim, por favor, me avisem.


3 de maio de 2013

PERSPICAZ? I DON'T THINK SO


Por algumas vezes eu disse que "só o que é bom permanece". Não sei se os meus interlocutores me entenderam. Ou se eu me fiz entender. Porque tem isso, também:  você fala, mas a pessoa finge que te entendeu para não passar por besta. Ou como diria Renato Piaba (seu lindo) em um de seus shows: pra não cumê reggae!

Acho que é um bom momento para me explicar: quando disse que só o que é bom permaneceria em sua vida, não estava falando de um cônjuge, um emprego ou alguém que estivesse lhe chateando. Estava falando de mim. Estava te dando adeus. De maneira subjetiva, obviamente.

Não estou fazendo drama. É que a vida te dá uma oportunidade de mudar, de avaliar onde você falhou...E você persiste no erro! É mais fácil. Você conhece o caminho, afinal. E eu também errei quando apostei que você daria a volta por cima. Faria diferente. Cresceria como ser humano. Me desculpa, é que sempre espero dos outros as atitudes que eu teria. Desculpa. Por isso mesmo que tô saindo fora. É que não suporto ver você errando, errando e errando.

O "bom que permanece" sou eu. Estou indo embora, como você percebeu. Guarde as melhores lembranças que puder de mim, porque eu farei o mesmo com você. (Mentira, eu já te coloquei um apelido pejorativo. E ficarei fazendo piada de você ad nauseum. Eu não sou tão boa assim =D, aceita!)

1 de maio de 2013

AGORA SIM, CHEGOU A HORA DE RECOMEÇAR!


2013 começou no piloto automático. Comecei apagando incêndios e administrando crises que não me diziam respeito, mas como estava envolvida no pacote, aquilo fazia parte de mim e como não sou de me omitir, tive que escolher um lado. O lado certo. O lado que resolve e põe em pratos limpos. Eu não gosto de silêncio, de omissão, de ver algo errado e não fazer nada porque "não tenho nada a ver com isso". 

Toda essa iniciativa custou uma super dor de cabeça dos infernos que não passava com analgésico nenhum nesse mundo e uma queimação dos infernos no estômago. Mas passou. Pena que a tempestade que eu previra que ia desabar mais cedo ou mais tarde caiu mesmo. Com força. Por mais que eu estivesse prevenida e tivesse avisado que o pior iria acontecer, quando enfim aconteceu, eu estava anestesiada demais para sentir. Eu apenas confortava. Era mais fácil do que pedir conforto. Era o que me restava.

Acabou passando também, porque tudo passa, afinal. Um dia sem mais, nem menos, enquanto eu aguardava a estiagem, você me disse que eu teria de ir embora. Mais uma surpresa. Eu planejava ir embora em algum momento e sabia que isso estava próximo, mas...Fui surpreendida. Por você e por minha reação positiva, otimista até. Acho que já me despedi tanto, de tantas pessoas que já aprendi a reagir. Só a sensação de ser mandada embora é que me incomoda, ainda.

Agora começa o "tal do recomeço": o que vou fazer com tanto tempo livre se estendendo em minha frente como um tapete vermelho convidativo? Eu posso começar a executar aqueles velhos planos que eu dividia com Ariana na hora do almoço e com a Lia quando pegávamos o mesmo busão para voltar para casa. Mas e se o dinheiro acabar? E se eu não tiver tempo suficiente para executar? Paradoxal, mas quando você tem tempo, não tem dinheiro. E vice-versa.

Preocupações financeiras à parte, eu estou naquele momento da vida em que me olho no espelho e me pergunto: O que eu quero de verdade? Onde quero estar? Com quem? Fazendo? Eu ainda sou a mesma ou me transformei em uma pessoa melhor? Os próximos dias me responderão enquanto eu procuro as respostas, até porque não sou de ficar esperando.