30 de julho de 2012

HAPPY BIRTHDAY


Este 30 de julho vem me encontrar em uma segunda-feira de inverno. (Só para constar eu cheguei neste mundo há 26 anos, em uma madrugada de quarta-feira. Pontualmente as 5h da manhã. Daí pode vir minha aversão em acordar muito cedo). Para quem acredita em numerologia (e eu creio, sorry) o ano novo começa agora. 

Minhas expectativas: que eu me cobre menos e seja mais disciplinada. Vida longa. Saudável.
E próspera. As coisas ficam mais fáceis quando você já sabe onde quer chegar. O difícil mesmo é ficar parando quase que o tempo todo no meio do caminho para descansar, ou resolver um probleminha ali, outro acolá. Foram tantas coisas para resolver e tantas pausas que de repente o 30/07/11 em que me encontrava de luto passou voando e quando eu me julgava muito satisfeita com minha rotina, perto do fim do ano, o telefone toca. Más notícias. Inconformismo puro. E já não sabia se eu consolava. Ou se era consolada. E a paranoia voltou com toda a força. De novo. Ainda hoje eu não gosto quando o telefone toca fora de hora. Não adianta, eu sempre penso no pior. Mas com o passar do tempo, eu vou baixando a guarda. E de repente chegou 2012 e só posso resumir esses dias em uma palavra: trabalho.

Olhando para trás eu vejo que dava muito importância para ninharias. Hoje eu valorizo mais o que realmente importa. Eu tenho mais boa vontade. Seja com pessoas, seja com coisas novas para fazer ou lidar. Eu gosto da rotina. E tento respirar fundo quando saio dela. Ou quando tiram ela de mim. (Eu já me aceito com mais tranquilidade. Respeito cada uma das minhas excentricidades. Não convido qualquer um para fazer parte da minha vida). Mas não me desespero. Ás vezes me sinto mais velha do que realmente sou. Às vezes me acho imatura demais. Neste momento da vida, estou carente por novidades e coisas que me deixem inquieta. Quero desafios. Quero novidades.

Hoje eu começo a escrever a página 26 da minha história de workaholic-blogueira-divertida.
E de todos os presentes que eu poderia ganhar, eu desejo ganhar mais CONFIANÇA. (Se você leu/assistiu "Um Dia" sabe do que estou falando).


27 de julho de 2012

DISFARCE


Quando ninguém está olhando. 
Quando as paredes são as únicas testemunhas oculares. 
Quando os telefones param de tocar.
Quando as pessoas começam a deixar suas salas e irem embora.
Quando apagam-se as luzes das salas ao lado.
Quando os computadores desligam.
Quando eu tiro os olhos da tela do meu computador...Te vejo.
Vejo o seu sorriso doce.Para mim.
E dividimos segredos.
Trocamos confidências.
Rimos.
Voltamos ao trabalho.
Disfarçamos.
No outro dia, te encontro no elevador. 
Estamos sozinhos.
Você chega mais perto. Me abraça. 
Eu sinto o seu cheiro. 
Quero que o seu cheiro more nos meus pulmões.
Rapidamente, a gente disfarça e finge que nada aconteceu.
Para recomeçar tudo longe dos olhares alheios.
Quando a tarde cair sobre a cidade.






25 de julho de 2012

QUEM É VOCÊ NA VIDA?


Então em um dia qualquer, saindo da Zona Norte para ir trabalhar no extremo Sudeste da cidade (mas que para facilitar a vida de todos, digo Zona Leste) comecei a me fazer as seguintes perguntas, que dividirei com vocês, leitores deste humilde blog:

Que tipo de escolha você fez na vida:
1) Você sempre deixa a vida te levar? Por quê?
2) Você faz a vida acontecer? Por quê?

Eu, modéstia a parte, faço a vida acontecer. Sempre fiz. E vou continuar fazendo.
Ficarei lisonjeada de colocá-los para pensar e, principalmente, de responderem aos meus humildes questionamentos.

23 de julho de 2012

FREE

Este post não tem imagem para ilustrá-lo porque é difícil encontrar signos para definir o que me passa pela cabeça nesse momento. Digamos que eu sinto um alívio enorme na minha consciência. Digamos que suas palavras me libertaram da culpa de ter feito algo com o qual não estava pronta para lidar. Minha vida tem tido muitas responsabilidades neste momento e ser indiretamente responsável pela felicidade de alguém é um fardo que eu ainda não posso sustentar. (Meus últimos atos me deixaram preocupada em colocar em xeque suas escolhas). Então é isso. Me sinto livre (e abençoada) em saber que somos amigos. E me sinto feliz em saber que ao que parece, não há nada que possa destruir algo construído de maneira tão delicada, tão improvável e paradoxalmente, sólida a ponto de resistir aos invernos rigorosos e as desembestadas tempestades de verão. Se eu não entendi mal, existe respeito. Mútuo. Um acordo. E mais uma vez volto a escrever: as coisas não poderiam ter saído melhores para ambos. 

20 de julho de 2012

DESPRETENSÃO


Ai, como é bom tirar o fardo das costas. Se perdoar. Entender finalmente que o que parece ser o caminho a seguir para a maioria simplesmente não funciona para você. O gosto doce de fazer o que se tem vontade, ir aonde quiser, comer o que quer sem contar as calorias. Dormir com quem quiser e dane-se os julgamentos hipócritas. Vestir o que quiser e sair sem se preocupar com o que vão dizer. É o seu destino, sua vida, sua escolha. Dançar como se fosse o único na pista. O corpo rodopiando leve. As horas passando sem você perceber. E de repente já é o dia seguinte. E tudo recomeça. E tudo termina. E tudo passa. Mas você deve continuar sonhando. E vivendo todos os dias como se fosse sexta-feira. Relaxar. Sorrir e constatar que somos todos doidos e santos, carregamos o sagrado e o profano, e não devemos nos levar muito a sério. Metamorfose ambulante. É como eu li uma vez numa revista:
- Desejo a mim e a você que cometa pecados gostosos. E bem-sucedidos. 

18 de julho de 2012

ORGULHO FERIDO


(Inspirado em uma frase da Unibero Guél e amiga Tarsila Fraga)


Daí Leona constata com Ariana, enquanto desce a ladeira da Francisco Fett:
- Adaptando a frase da Tarsila, referente ao seu ex-affair: 
- Eu sou linda, sexy, divertida...Como ele pode ter a audácia de não me querer? 
- Vai ver ele nunca fez isso na vida. Ele não contava que você fosse aceitar. 
Daí você aceitou e ele ficou com medo.
- Não pode ser verdade, Ri. Como eu lido com isso?
- Eu não sei, mas eu só tenho uma coisa a dizer: como ele é FROUXO!
- HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!
- E o outro, eu parto pra cima ou desisto?
- Do jeito que vão as coisas pro teu lado, Lê, acho melhor você desistir.
Capaz dele ficar com medo também.
Então Leona conclui: game over!

16 de julho de 2012

SOBRE ANGÚSTIA


A angústia de não receber um torpedo seu. Atender o telefone e perceber que não é você do outro lado da linha. Te ver. E fingir que não te quero. Te ver tão perto e ao mesmo tempo, tão distante da minha realidade. Desejar que aquele sorriso lindo que só você tem seja só meu, só para mim. Esperar que você me beije a qualquer momento. Te abraçar e querer ficar nos seus braços pela eternidade, mas ao invés disso, eu me afasto de você logo em seguida. Imaginar. E se sentir zonza com a intensidade das suas vontades. Das minhas vontades. Ser sensata quando tudo o que quero é perder o juízo. Mais uma vez ser escrava dos próprios desejos. Até quando?

Adaptando os versos de Trem de Ferro , de Tom Jobim (segundo o letras.com.br):
"Moço bonito
Dos olhos verdes
Me dá tua boca
Pra mantar minha sede"

13 de julho de 2012

CONFUNDIR


Eu não queria te confundir. Queria apenas te mostrar a resposta que você já tem mas finge não saber. Eu sei que você não quer. Mas tem medo de lidar com as consequências. Ou eu sou muito corajosa ou você que é covarde mesmo. Saiba que não alimento esperanças em relação a você. A nós. O que eu espero é que você tome a decisão que julgue mais acertada para ti. Eu quero que você perceba que não pode haver felicidade diante de tanta cobrança, tanta bronca e tanto sermão. Em ter seus passos vigiados. Em medir as palavras. Em dedicar todo o seu tempo ao lado de alguém que ainda não entendeu o sentido de "individualidade". Em não poder sair com os amigos. Eu falo de um jeito que parece que te quero, né? 
Dê um tempo e pense o quanto está errando, acertando. Talvez você não dê o melhor de si porque anda cansado demais, acha que o jogo está ganho e não precisa mais se dedicar. 
Talvez você esteja tão acostumado a presença dela que não consegue dizer adeus. Isso não é amor. É hábito. E maus hábitos a gente muda. Eu sei que se você romper, não vai ser só com ela. Vai ser com tudo que diz respeito a ela. E por uns tempos, ainda procure por ela em outras mulheres. Ou se sinta livre, aliviado, em paz. Será que uma DR não resolveria? De repente...
...O que eu percebo e você finge não ver é que você precisa. De amor. Alguém para cuidar, de verdade. Não que seja eu essa pessoa. Mas que esse amor venha de si mesmo. Um amor que faça você olhar para dentro e se questionar o que de fato você quer e o que pode fazer para conseguir. Se libertar (para poder experimentar as delícias de um relacionamento saudável). E parar de pisar em ovos. Ser você mesmo. Deixar o medo de lado. Se levar pelo impulso de vez em quando. Admitir a derrota. Celebrar a vitória. Já disse, eu não queria te confundir.

11 de julho de 2012

CAINDO EM SI


"Formamos um círculo só de garotas e nossos vestidos de festa se agitavam alegramente; todas estavam felizes, sorrindo e gargalhando, lindíssimas. Alguém me entregou a pequena Holly e nós giramos juntas, impulsionadas pelas mãos de todas as minhas irmãs. Rodopiando e rindo diante de seus rostos radiantes, eu me lembrei de uma coisa que nem percebi que havia esquecido: Aidan não era o único ser humano que eu amava; eu amava outras pessoas também. Amava minhas irmãs, amava minha mãe, amava meu pai, amava minhas sobrinhas, amava meus sobrinhos, amava Jacqui. Naquele momento eu amava todo mundo"

Esse parágrafo eu tirei de um livro da escritora irlandensa Marian Keyes, chamado "Tem alguém aí?", que conta a história de Anna, que sofre um acidente de carro e tenta voltar a sua rotina, mas para isso ela enfrentará muitas dificuldades no meio da caminho.

Sempre me emociono quando leio este parágrafo. Sério. Significa muito para mim. Num nível dos meus olhos ficarem cheios de lágrimas e minha voz ficar embargada. Por quê? Quando eu comprei esse livro, eu passava por uma situação delicada da minha vida: estava sem emprego, tinha perdido o homem que eu amava para a distância, estava me sentindo sozinha e assim como Anna, louca para retomar minha rotina, mas as coisas insistiam em dar errado.

Então quando cheguei nesse parágrafo, assim como a protagonista, eu também me toquei que meu coração não pertencia só ao homem que tanto amava. Pertencia aos meus pais, meus irmãos, meus amigos. Mesmo que eu não demonstrasse. E percebi que era nessas pessoas que significam tanto que eu deveria, devo e sempre deverei me concentrar. Porque são elas que seguram minha onda quando a casa cai. Não o homem que eu amava. E entender que eu deveria tocar minha vida adiante, excluindo o Pedro (vamos chamá-lo de Pedro) da minha vida foi a coisa mais difícil que eu fiz. Porque eu não queria dizer adeus. A ele. E ao que sentia por ele. Mas se fez necessário. Às vezes a gente se concentra demais em uma pessoa e se esquece do todo. De todos. Que realmente importam. Que vão te oferecer o ombro e o colo. E este parágrafo serve como lembrete. Pedro não me ama, mas tem quem me ame. E isso é o que basta para a vida se tornar mais alegre. Fazer sentido.
E você? Já amou tanto alguém a ponto de se esquecer de tudo, até de si mesmo?

9 de julho de 2012

TELEPHONE


Sexta-feira, 18h13. Leona estava sozinha em sua sala, analisando mais uma pesquisa de mercado. Olhava aqueles números com um certo medo, pois não estava conseguindo encontrar um diagnóstico certeiro por trás daqueles "50% ambos os sexos, moram em sua maioria na Zona Sul e tem ensino superior completo". Na mesa ao lado Pablo parecia concentrado demais em explicar para sua namorada, Andressa, que só sairia após as 20h do escritório pois tinha esquecido que era dia de rodízio do carro dele.
A chefe de ambos, Amanda, tinha saído da sala para tomar um café e esquecido de levar seu telefone. Leona só percebe isso quando o dito cujo toca discretamente. Contrariando as regras de etiqueta que diz que não se deve atender o celular alheio, ela atende o telefone e dá um sorriso torto, cheio de satisfação: após duas semanas, finalmente iria ouvir a voz de Caco Del Bianco: cliente, amigo de Amanda e mais do que isso, o homem que andava se jogando para cima de Leona, provocando-a dizendo desejá-la.
Já dizia o ditado "onde se ganha o pão, não se come a carne", porém cansada e, principalmente, seduzida por tantas investidas, Leona resolveu ceder. E para seu choque, ao dizer que "sim, aceito sair com você" o moço simplesmente desapareceu e deixou a mulher cheia de dúvidas, magoada por causa de seu suposto desprezo e muito furiosa,vale ressaltar.
Então naquele momento, ver o nome dele iluminando o visor do Blackberry foi um misto de surpresa e raiva, também. Porque desde o dia do "sim" ele simplesmente estava evitando-a. Ela até chegou a ligar para ele, mas foi tratada com uma certa frieza e resolveu deixar as coisas como estavam.Pelo bem de sua dignidade e orgulho.
- Amanda? 
- É a Leona.
- Oi Lê, tudo bem? 
Deveria ter fingido desdém mas como sempre, fez tudo errado e acabou soltando:
- VOCÊ ME ABANDONOU!
Nesse momento Pablo olha para ela de soslaio, tentando imaginar com quem ela falava naquele instante.
- Eu não te abandonei, só as coisas que andam meio corridas...
- Tá, conta outra.
- Mas é verdade.
- Eu não acredito.
- Mas e aí, você tá usando aquela calcinha Fruit de La Passion?
- Para que você quer saber?
Silêncio. Enquanto isso, ela se censura gritando "Burra, burra, burra!Para de dar moral para este otário". E muda de assunto.
- Você ligou para falar com a Amanda, mas infelizmente ela não está. Assim que ela retornar à sala, eu peço para ela te ligar, ok?
- Tá certo. Você vai trabalhar no feriado?
- Eu vou. Você vai?
- Vou ter que vim. Não acabei a campanha da ONG ainda.
- Bem-vindo ao clube dos que trabalham no feriado.
- Então...A gente se fala mais tarde...
- Piada, né? Só falei com você porque Amanda esqueceu o telefone dela na minha mesa, mas assim, tenho certeza de que não nos falaremos tão cedo. 
Caco não pergunta o porquê do mau humor de Leona. E finge não perceber a tirada irônica dela. Apenas se despede: - um beijo, fica com Deus. Ela apenas desliga o aparelho, sem se despedir. Ao ver a mensagem da chamada encerrada, aproxima o telefone da boca e diz, como se ele ainda pudesse ouvi-la: FROUXO!
Pablo sorri e pergunta: é esse aí o cara que anda reduzindo o seu rendimento?
É. - responde ela, se sentindo infeliz.
***
Cinco minutos depois, Amanda retorna à sua sala, olha o aparelho e diz: 
- Caco me ligou!
O alerta amarelo soa na mente de Leona. Porque agora Pablo sabia a identidade do sujeito que andava perturbando Leona. E sorri para ela, surpreso. Agora ela teria de contar com a colaboração dele para guardar mais um segredo.