26 de julho de 2011

FOI APENAS UM SONHO

Quando eu olho para trás e o tempo me traz a tona algumas lembranças.Alguns beijos roubados, uns planos mal elaborados e uma certa ingenuidade da parte dos envolvidos naquele joguinho tolo de sedução...Eu suspiro que foi apenas um sonho.


Quando nos prometemos amor eterno, nunca mais ir embora, não deixar o outro ir embora, construir uma série de coisas numa ingênua ilusão de uma vida a dois...Eu percebo que foi apenas um sonho.


O frio na barriga, o beijo de língua, o arrepio de desejo, os corpos que ardiam, aquela sensação
de que não havia mais ninguém no mundo além de nós 2...Será que isso também foi apenas um sonho?


A frustração, a raiva, a dor de cotovelo, o não-conformismo, a revolta ao descobrir que já existe alguém no seu lugar...DOR DE COTOVELO, ORAS!

25 de julho de 2011

(DES)FUNCIONAL

Tem dias que você não quer fazer nada.
Sabe aquele adesivo de "Fale ao motorista somente o necessário"?
Você ia querer um desses nesses dias.
Os telefones não iam tocar.
Não chegariam e-mails.


Seria o dia perfeito não fosse por um detalhe: - justo nesses dias que parecem os mais insuportáveis,
o telefone dispara a tocar com pessoas desesperadas do outro lado da linha.Ou trotes.
Os e-mails pululam em sua caixa de entrada e você simplesmente não sabe por onde começar. Você derrama o café que deveria melhorar o seu dia na sua camisa.Branca.Pior: você se queima com o café.
Parece um pesadelo.


Ah, mais um agravante: seu adorado chefe disparando perguntas, cobrando resultados, pedindo posições. O mundo não é fácil.A vida corporativa menos ainda.
Você se lembra que ainda ouve e de repente a voz que vocifera do NEXTEL dispara:
- Onde está a minha carteira?Onde está a chave do carro?
Coisas com as quais não deveríamos perder tempo, mas adivinhe?
E assim o dia caminha.Você caminha como um zumbi pelo escritório.O único incoveniente de terminar um dia de cão, é que no outro dia vem o replay. Cortesia da casa.


                                   ***
A prepotência das pessoas.
Você deve conhecer alguém assim.
Promete eficiência e prioridade a sua solicitação, mas os dias passam e tudo continua a mesma coisa.
Não importa a dificuldade em que se encontra, a pessoa não busca nenhuma solução prática
e eficaz porque "Deus vai me dar a vitória". Pisa, humilha, ofende, sonega, mente, grita, agride, mas mesmo assim trata-se de um exemplar raro de ser humano.Um ser humano que carrega toda a misericórdia e presença de Deus consigo.


Se as coisas saem do jeito que essa pessoa quer, você não fez mais que sua obrigação.
Se algo deu errado no meio do caminho, você que é incompetente.Não importa o que você tenha feito. Mesmo que você seja à prova de falhas, sempre vão lhe atribuir uma.Por isso sempre tenha em mãos uma prova.


O que essas pessoas parecem não perceber é que apenas Deus e sua presença não são suficientes para operar milagres e trazer soluções. Se é verdade que Ele está dentro de nós, é verdade também que a mudança de atitude parte do indivíduo.
Voltando a essas pessoas adoráveis, elas parecem cegas diante de sua publicidade tão positiva. Mas eu ainda vejo.E sei que, de alguma maneira, não há mal que sempre dure.

21 de julho de 2011

DEADLINE

Eu tenho que chegar.
Eu tenho que fazer.
Preciso dar o melhor de mim em tudo que faço.
Mesmo sabendo que o que venho fazendo nos últimos tempos não é para mim.
Tenho que ignorar fome, sede, vontade de ir ao banheiro.De dormir.De fugir.


Suportar a saudade.
Engolir o choro.
Explodir em gargalhadas.
Falar o necessário.
Fazer o que deve ser feito.


Mesmo que as mãos se cortem no A4, os dedos se espetem nos grampos, os toners manchem minhas roupas, as pernas esmoreçam, os pés latejem de dor.
Eu.Preciso.Chegar.
Eu paro.Eu ando.Eu rio.Eu converso.Eu intimido. Me intimidam.Me criticam.Eu ameaço jogar a toalha, mas eu permaneço. Permaneço enquanto a vida pulsa. E deixarei de fazer tudo isso quando a minha vida findar.


Eu esqueço.Eu recordo.Eu viajo, às vezes sem sair do lugar.
Eu finjo.Eu minto.Eu omito.Tudo para te proteger, te blindar, te prender em sua redoma invisível.
Você não reconhece.
Eu reconheço.
Eu peco.Eu erro.Eu vacilo.
Eu acerto.
Me perco, me acho, te acho e continuo ali, teimando, insistindo, sempre contestando.


Eu não aceito "não" sem um bom argumento e mesmo assim ainda tentarei te convencer.
Eu guardo.Meus sonhos.Meus planos.Anotados em agendas, arquivos e no celular.
Eu vivo. E deixo viver. Até o deadline.

20 de julho de 2011

COMER, REZAR, AMAR - MINHAS IMPRESSÕES

Ler Comer, Rezar, Amar (Elizabeth Gilbert) foi muito difícil. E por que foi tão difícil? -  você me pergunta. Quando eu via o livro exposto nas livrarias achava que se tratava de mais uma história tratando de guerra, repressão à mulher e adjacências. Uma mulher que se agarrava a esses três verbos como única chance de sobreviver.


De certa forma, o livro fala de uma mulher que resolveu colocar esses três verbos em prática por um ano inteiro. O que ocorre é que enquanto não saía o novo livro da Marian Keyes
resolvi ler Liz Gilbert. A princípio baixei o livro da net (não façam isso em casa!) e ficava lendo
o livro no escritório quando o telefone parava de tocar e/ou ficava às moscas. Consegui ler a primeira parte inteira no PC, mas sempre achei muito chato ler livros digitalizados e acabei deixando a leitura de lado.


Resolvi partir para a versão física do livro e depois de muita luta e procura nos camêlos e livrarias da vida, consegui um exemplar! Já sabia que Liz Gilbert era escritora infeliz no casamento, sem alguma religião, cheia de vontades.Mais ou menos parecida comigo, Daniela, em meados de 2008.
Voltando a Liz, mais do que ser uma mulher cheia de vontandes, ela executava essas
vontades e levava uma vida que vista de longe parecia ser feliz. Parecia. Liz não sabia dizer NÃO aos planos que a sociedade discretamente lhe impunha:
- se você casou, tem uma casa e uma carreira consolidada, só falta um filho para abençoar essa família!


E a ideia de procriação era tão distante dos planos que ela tinha para si que isso acabou por arrastá-la para uma depressão e destruir seu casamento. Você deve ter pensado que era só ela chegar e dizer que não ia ter filho coisa nenhuma, mas as coisas não são tão fáceis assim.Ainda mais quando se está em um relacionamento.


Se tem alguém em quem apostamos TODAS as nossas fichas, esse alguém é o nosso (a) parceiro (a).Reflita comigo: - algum famoso que a gente admira
pode nos decepcionar ao longo do tempo.E a gente pode relevar sem mágoas.
Isso vale para relações de amizade, entre irmãos, pais.A gente demora um
tempo para digerir as dores, mas depois de um tempo relevamos.
Curiosamente essa relevância não se aplica em um relacionamento amoroso.
Não se aplica porque a gente não admite que o homem/mulher que a gente
ama frustre nossas expectativas, não corresponda as nossas vontades.Não
permitimos falhas, tampouco erros.Por isso quando explode uma crise, a
gente não pensa que vai passar.Não chama para conversar.Simplesmente nos
calamos e nos trancamos em nosso universo particular e assiste a tudo ruir,
como um castelo de cartas.(Se você chama pra DR, desculpe).
Me identifiquei com a crise da Liz.Também estive em um relacionamento onde
me sentia pressionada a ser magra, bonita, boa profissional, boa de cama, boa
futura mãe para os filhos que eu não queria gerar aos 22 anos de idade!
E a pressão foi me transformando em uma workaholic acima do peso que quando
não vivia chorando, estava se entupindo de junk food.
Sim, eu busquei entendimento.Conversamos.Fizemos promessas.Fizemos regime.
Tudo o que estava ao me alcance foi feito.Mas nada aconteceu.
Eu sofria porque via o relacionamento morrer.E com ele, todos os planos.Eu sofria
porque era incocebível viver sem ele.Sofria por perceber o quão frágil eu estava.
Sabe aqueles momentos que chamamos de "cinco minutos"?
Ou então situação-limite?
Esse momento chegou e tanta pressão e cobrança foram insuportáveis.Não sabia dizer
o que aconteceu, mas sabia que não admitiria mais tanta dor, raiva, sofrimento e lágrimas
por nada.Foi o fim.
E mais uma vez me identifiquei com a Liz.Assim como ela, quis dar um tempo.
Não tinha verba para viajar, então dei férias para o meu cérebro.E nesse meio tempo
conheci outro cara.
E assim como a Liz mergulhei em uma paixão fulminante.De mão única.
Esse cara não precisava de mim o tanto que eu precisava dele.E ficamos assim, em
um relacionamento onde quando eu estava legal tudo fluía bem, mas quando eu exigia
um pouco mais, já causava desconforto.
Inconscientemente, esse cara me apresentou a valores que eu não me ligava até então:
- bem estar, qualidade de vida e espiritualidade.
Nesse ponto eu saí na frente da Liz - eu SEI rezar, me considero até devota de Santo
Expedito ( mas manjo nada de ioga, uma pena).
Até hoje não consigo meditar.Minha mente é terrivelmente inquieta.E naqueles trechos do
livro que ela manda a mente se aquietar, ou reclama porque o cérebro nao para quieto, me
vejo representada ali.
E com a Liz me toquei de que, mais do que um parceiro e um relacionamento estável, ou
qualquer outra coisa que eu venha  a desejar ao longo do caminho, eu quero é CONTENTAMENTO.
Essa sensação de serenidade que ela encontrou no ashram indiano.Essa sensação que ela descreveu
como "estar na palma da mão de Deus".
De uns tempos para cá tenho notado que pareço uma velha (saio raramente, tenho gostado de dormir
e acordar cedo, não tenho feito muitas loucurinhas rock 'n' roll), mas agora é oficial: - não tenho porque
ficar virando noites celebrando ano-novo, carnaval e adjacências quando não estou a fim.
Se eu perco um show hoje, nem me sinto mais loser, como me sentiria outrora.
Não me sinto loser por não ter namorado ou um milhão de amigos.
Nesses pontos sinto que evoluí, pois aprendi a desfrutar da minha própria companhia e ficar sozinha
não me assombra mais.Simplesmente gosto de ficar em silêncio e paradoxalmente escutando a vida
pulsar ao meu redor.
(Ficar em silêncio tem sido bom porque passo o dia falando no trabalho, com os amigos, etc).
Depois que vi as dificuldades de Liz para travar uma aproximação com Deus e todo o processo tortuoso e emocionante de perdão a si mesma pelo qual ela passou, passei a ser mais tolerante comigo mesma.
Não virei uma santa, longe disso.Pelo contrário, recentemente me descobri como uma criatura pavio
curto, que se irrita com qualquer coisa que saia do meu controle.
Me envergonho disso.E sei que é difícil ficar 100% em um estado de contentamento.E o desafio está
aí: - como ficar serena com chefe cobrando, cliente reclamando, trânsito, contas acumulando, os dias
passando e a rotina matando parte de seus planos e sonhos.A vida passando e a sensação de que você
não vai deixar um grande legado para a humanidade, como diria um amigo, o Rafael Cortez.
Todos nós temos demônios e inquietações que sempre vem nos assombrar em algum momento.
Mesmo na Itália, comendo tudo o que queria, falando o idioma que gostava, a depressão assombrava
Liz.Mesmo na Índia, com a oportunidade de meditar, ela não conseguia aproveitar o momento, pois
se distraía fazendo planos de quando ia voltar lá para meditar, mas ela JÁ ESTAVA LÁ!Por que não
aproveitar melhor os momentos, por que não aproveitar já?
Graças a Deus, ela se corrigiu.Se perdoou.Se aceitou.Seguiu em frente.Porque não adianta nada passar
uma vida inteira se culpando por X coisas.
Pensando assim, mais que um chick lit, parece que Comer, Rezar, Amar é um livro de autoajuda fantasiado
de livro pra mulherzinha, mas é muito bom.Era o que eu precisava, pois eu também tive de escolher e seguir
adiante.
Hoje meu maior desafio é executar os planos e ideias que pipocam na minha mente inquieta.Lidar com o cansaço que quatro horas diárias de ônibus proporcionam.Não me pressionar por resultados.Cada vez mais buscar o contentamento.Há dias que eu consigo há dias que consigo é melancolia mesmo.
Uma sexta-feira fria e cinzenta, ao voltar para casa caindo de sono, ao pegar o segundo ônibus da noite, rumo a Zona Norte, enquanto observava os bancos vazios, fiquei pensando que, gostaria de, naquele momento, estar na palma da mão de Deus.Acabei cochilando.Um sono tão gostoso e profundo que nem
meu celular tocando foi páreo para me despertar.Só em casa vi as chamadas perdidas.Considero esse
episódio como um sinal de que, mais do que estar nas palmas das mãos de Deus, Ele está perto de mim.
Dentro de mim.

19 de julho de 2011

INCERTEZA

Sentiu-se estranha, com a sensação de que havia feito algo errado.
Os sentimentos todos confusos e a única certeza de que já não tinha mais certeza de nada.
Notou que já não ficava mais tão feliz quando ele a abraçava, beijava sua boca ou suas mãos.
Ela percebeu que ele não levava em consideração as opiniões e sentimentos dela.Apenas o que ele sentia era levado em conta.


Tal constatação doeu tanto quanto um tapa na cara. Indignada, dizia para si mesma: - o que te faz pensar que eu quero namorar com você?
O que te faz pensar que EU quero me envolver agora?


Gostaria de chorar, ou gritar até não poder mais, mas a cabeça  trabalhava rápido, tentando encontrar as razões de ele não se interessar mais por ela.Era mais uma decepção à vista.
Nunca dissera que estava a fim de namoro.Nem que não estava, mas suas atitudes não denunciavam a vontade de estar em um relacionamento sério, por isso todo o discurso defensivo dele de: "não quero e não posso me envolver agora", mas podia envolvê-la e
seduzi-la. Abraçá-la. Beijá-la.

Quando pensava nisso, se sentia mais triste ainda.Se sentia uma idiota da qual ele podia se aproveitar sempre que queria carinho. E ao longo do tempo, ele podia conhecer outra menina.Se envolver.


E ela ficaria ainda mais arrasada.Pois o que torna a outra menina mais namorável que ela, afinal? Afinal, o que diabos ela queria dele? Nem ela sabia, constatou envergonhada.
Mas sabia que queria ficar em paz, sentir-se realizada. Precisava ficar forte.Precisava de um café forte.Ler seus e-mails. Respirar.

18 de julho de 2011

PRESSA

Aonde você vai, tão apressada?
Não precisa me responder, eu mesma respondo:
- Você não vai a lugar nenhum.
A vida passa por você e simplesmente passa, porque você não tem tempo para prestar atenção. Tudo que você  pede de quem está a sua volta demanda urgência, prioridade máxima, exclusividade,  prioridade.Enfim, suas necessidades vem em primeiro lugar.
Mas e o que você tem oferecido aos que dependem de você?

Se fosse uma fila, todos estariam esperando por você. Marido, filhos, pais. amigos, colegas de trabalho.Todos esperando.E todos de alguma maneira acostumados com esse seu jeito relapso de ser.Posso ouvir cochicharem entre si:  - não liga, é assim mesmo.

Desde que salvem a sua pele, o mundo pode esperar. Os dias vão passando e em algum momento ninguém mais  vai querer esperar.Tampouco aceitar as razões e/ou  justificativas do seu atraso. Por que age assim, afinal? É medo de não decepcionar todo mundo? É medo de admitir que não consegue dar conta de tudo ao  mesmo tempo?

Se for isso, esqueça.Ninguém está levando em consideração  os seus esforços.
Eu não vou te dar conselhos, nem fazer crítica construtiva, nem  nada. Apenas lavarei as mãos.
Porque eu não posso esperar.Tampouco ajudar.Simplesmente porque não se ajuda quem não quer ser ajudado.

Sem mais.

16 de julho de 2011

COMO EU QUERO

Por que tem gente que só fala com você quando quer? Não atende seus telefonemas.Não responde seus e-mails. Quando você chama no MSN, ela está sempre de saída. Quando você convida para sair, sempre tem um compromisso. E é sempre muito longe de onde você está, é claro.


Você sabe que essa pessoa te trata assim e ao invés de seguir adiante, você parece aceitar e se permitir ficar nessa situação?
Quem nunca passou por isso, afinal?
O nome de gente desse tipo é egoísta.Não te deixa livre para outra pessoa, mas não lhe dá o devido valor. Se incomoda quando outrem esboça qualquer reação favorável a você.
Sente-se confortável ao perceber que alguém de alguma maneira nutre uma birrinha por você.


Para esta pessoa só existe um antídoto: provar do seu próprio veneno. Óbvio que essa pessoa nunca vai reconhecer o mal que causou. Talvez aja assim por inocência.Ou de caso pensado.
Também é óbvio que ela vai notar sua indiferença.Ou não.Afinal o que não falta é gente que não se toca, não é verdade?


Essa pessoa pode ser qualquer um.Dependendo do contexto, pode até ser essa que vos escreve. De qualquer maneira, existem algumas pessoas que conheci que se encaixam nesse post. E desejo que elas possam se redimir, porque se eu nutro alguma simpatia por elas, não significa que sejam caso perdido.
Isso tem nome e sobrenome: Saudade braba.

15 de julho de 2011

O TEMPO DE CADA UM

Antes marcávamos festinhas de aniversário. Nossas amigas mais endinheiradas marcavam viagens a Disney. A prova de que o tempo passa começa quando começamos a marcar
casamentos. Ah, você ainda não é casada? Aliás, nem namorado você tem?
É, infelizmente as pessoas reparam.Por que diabos as pessoas reparam sempre no que não devem?


Quando eu me formei, tirando minha mãe e meus amigos, ninguém deu muita bola pelo fato de eu ter concluído o ensino superior, mas no dia que eu troquei os óculos por lentes de contato, GERAL notou!
O fato de eu e meus amigos Supernova (Ana, Pri e Dú) sermos autores de dois livros (ainda não publicados) parece não importar muito, mas todo mundo leva em consideração coisas irrelevantes como nossa vida pessoal, por exemplo. (Só um adendo: nossos ex-professores e colegas de classe curtiram, e senão estiverem nos iludindo, curtiram muito o projeto). Eu fiquei incomodada quando uma amiga próxima chegou na minha mãe e disse que "de dependesse de mim, eu nunca teria filhos".


Será que eu vou ter que comprar um gato para cada pessoa que repara nos quilos que eu engordo/emagreço, na minha vida pessoal em "stand by", e etc?
Ou será que incomoda tanto ir contra as convenções sociais? Quem falou que só é feliz quem casa e tem filhos? Ou quem é magro e bonito?


A angústia, o medo, as contas no fim do mês, o frio na barriga, o nó na garganta estão aí para todos.Sejam eles casados ou solteiros. Um casamento, filhos para criar e casa para dar conta não é um ideal de felicidade.Ou um programa de milhagens que te coloca a frente da
sociedade. Assim como uma boa formação acadêmica e reconhecimento profissional, um carro novo, um apartamento, um Iphone também não te faz melhor, nem pior.Claro que se você tiver a formação acadêmica, reconhecimento profissional você está numa ótima.E os bens materiais são só reflexo disso.O mesmo vale para o combo casamento/filhos.


Às vezes, a gente tem de parar por um minuto e pensar nos seus valores. De verdade mesmo.E fazer aquela pergunta do comercial do Pão de Açúcar: - o que faz você feliz?
Não adianta a sua tia chegar em você e dizer que é bom casar com um homem rico, por exemplo.Ou seu pai dizer que o melhor é você batalhar um emprego em concursos públicos.Essa é a ideia de felicidade DELES. Não a sua.(Se for a sua também, malz ae).


O que quero dizer é que você tem de pensar honestamente no que te faria feliz.Você ficaria feliz se fizesse uma faculdade agora?Ou ficaria feliz se pudesse viajar para a Índia, por exemplo?
Os seus planos são coisas básicas ou tem o poder de causar abalos sísmicos na sua família ou entre seus amigos? E mesmo que cause um abalo sísmico ou nem abale as estruturas, não vale a pena arriscar só pra sair da zona de conforto e conhecer uma faceta sua que você nem sabia que existia?


Para que a pressa em casar se você está superfeliz curtindo suas baladas, viajando, sem maiores preocupações?
Para que fazer a faculdade se você tem jeito para ser empreendedor ou é autodidata?
Para que se desesperar por não ter um carro, se você sabe que o dinheiro que você gasta com seguro, combustível e as parcelas do dito-cujo você pode pagar táxi por vinte anos, se panz (isso é verdade e foi matéria de um jornal há algum tempo)?E mesmo que você queira o carro, por que não buscar o melhor meio de se aproximar do seu objeto de desejo?


Quanto a casamento...Não fique se cobrando e deixe a vida de surpreender, sem pressa.Melhor do que se casar, é viver incríveis histórias de amor (como estou solteira é meio óbvio que puxarei a sardinha para o meu lado).


A gente pode ser muito feliz, desde que a gente respeite o nosso tempo e as nossas escolhas.E principalmente, saiba reconhecer com honestidade seus valores, suas certezas e suas escolhas (redundância proposital).
Não importa o que você tenha. O seu estado cívil. Ou o que você faça. Ninguém pode te pôr pra baixo sem a sua permissão, ok?
(Don't be a drag, just be a queen!)

14 de julho de 2011

COTIDIANO

"Todo dia ela faz tudo sempre igual"...
Impossível não pensar nos versos dessa música do Chico Buarque. Afinal, todo dia eu acordo às seis da manhã, me arrumo e vou lá começar os rounds (é assim que defino minha ida
ao trabalho, já que agora eu pego TRÊS ônibus para chegar a Vila Ema.
Chover no molhado falar da lástima do transporte público. É ruim e ponto final.


A pauta de hoje é o cotidiano, como diz o título do post. Eu vivo ligada no piloto automático: - todo dia fazendo as mesmas coisas em casa ou no trabalho.
Lendo os mesmos blogs, as mesmas revistas (só mudam as edições), ouvindo as mesmas músicas. Por que é tão difícil sair da zona de conforto, afinal? Pior: a negligência com que trato os meus assuntos pessoais. Sempre deixo para "amanhã".Daí o amanhã se transforma em "semana que vem", que se transforma em "mês que vem", que obviamente se transforma em "ano que vem".


E eu sinceramente me pergunto por que cargas d'água eu deixei de fazer coisas que só iam beneficiar única e exclusivamente eu mesma.
A negligência também passa pela atividade física, afinal, quem se anima a fazer qualquer coisa depois de andar em cinco ônibus, ter acordado as seis da matina e saído do trampo às 18h30? Alimentação? Deus sabe que me esforço para comer frutas, não beliscar, colocar mais fibras e vegetais na alimentação, porém...Sempre rola um deslize.E uma culpa.
Quando deixar de ser da turma do " deixa pra amanhã " e passar para a turma do " tomarei as medidas necessárias? "


Mistério.
O cotidiano também mata os nossos objetivos a longo prazo. Afinal, cansada, como você pode ter um insight? Ou colocar aquele plano em prática?
De que adianta ser competente no trabalho se a sua vida fora do escritório é  meio caótica?
Aliás, ser bem-sucedido demais em uma área pode indicar deficiência em outros setores.Exemplo: aquele aluno melhor da classe talvez tenha uma estrutura familiar mais ou menos, e nos estudos ele encontra uma brecha para mostrar que tem controle sobre algo na vida dele. Eu sei que todo dia é uma batalha diária contra o meu cansaço.
Ora eu ganho, ora eu perco.Jogar a toalha, jamais.

***

Li em algum lugar que a geração Y não se importa com carteira assinada e não pretende ficar no mesmo cargo a vida toda. Até aí OK.
Eu sou dessa geração Y.Convivo com pessoas da geração Y. E BUSCAMOS estabilidade profissional, e nossos pais nos ensinaram que carteira assinada é um direito do trabalhador,
um benefício e mais que isso, um sinal positivo de que nosso ganha-pão oferece estabilidade.
A pergunta é: - onde está a geração Y que não se interessa por carteira assinada?

Peace out.

13 de julho de 2011

LEGADO PARA HUMANIDADE

Por algum momento você já parou para pensar na sua vida?
Tipo assim, pensar o que as pessoas esperam de você?
Qual a primeira impressão que você causa?
Você quer ser coadjuvante ou protagonista da sua história?

Eu tive um amigo, o Rafael, que me disse uma vez que se
preocupava em deixar um bom legado para a humanidade.
Há seis anos ele me disse isso e de repente, as palavras dele
voltaram aos meus pensamentos.

Afinal, quem é que pensa em legado para humanidade?
Basicamente queremos um bom emprego, frequentar bons
restaurantes (eu quero, o resto do mundo quer ferver na
balada), ter o gadget do momento, ter um relacionamento
estável (e mentir para o mundo dizendo que tá fora dessa).
Enfim, o básico.

Eu admito que quero mais.Sinceramente eu gostaria de pôr
as pessoas para pensar.Em quê?Não faço ideia.

Veio em mente um tópico que curto muito, que é o design.
As pessoas, por falta de informação, acabam menosprezando
o trabalho desses profissionais (eu inclusa).Se eu pudesse fazer
algo a respeito seria a busca pela valorização da classe.

Curiosamente, alguns trabalhos de design acabam deixando um
legado para a humanidade, tal como dizia o meu amigo Rafa do
início desse post.

Então seria o design (e a competência, o talento, o lugar certo,
hora certa, cliente certo) um dos meios para se alcançar esse
"legado"?
Gostaria de acreditar que sim.E obviamente, ao me considerar
mais madura, fazer a minha parte e deixar o meu legado.

12 de julho de 2011

GOZAR A LIBERDADE DE UMA VIDA SEM FRECURAS

Percebi que na vida atual que estou levando falta:
- ingerir mais água;
- ingerir mais verduras e frutas;
- fotografar;
- escrever;
- atividade física;
Já que eu fui capaz de perceber as falhas, nada melhor do que se corrigir e deixar de ter tanta autopiedade com meus deslizes.

***
Ah, o amor.Tão curto é o amor e tão longo é o esquecimento, já dizia Pablo Neruda.Quanto tempo é necessário para se esquecer alguém?Aliás, é possível esquecer?
Ou a gente simplesmente se acostuma com a ausência do ser amado?
Foram tantas as pessoas que gostei e tive de suportar a ausência.Quando digo pessoas,incluo os amores bandidos, os amigos que acabaram ficando pelo meio do caminho, ora por opção deles, ora por opção minha.E tudo que restou, pelo menos pra mim, foram as lembranças dos bons momentos que essas pessoas me proporcionaram.

***
Tirando a minha razão, todo o resto de mim gostaria de ir atrás de você. E cobrar explicações para o inexplicável.Ouvir a mesma ladainha de sempre.
Me iludir achando que ver você vale qualquer sacrifício, mas daí vem uma voz que se fez presente de uns meses pra cá e sussurra, cheia de autoridade, no meu ouvido: - você não vai atrás de ninguém, entendeu? E essa mesma voz ainda me lembra, cheia de convicção, de que: - se você fosse tão importante para ele era óbvio que ele ia se fazer presente.
E assim passo os dias, aprendendo da maneira mais dolorosa possível o significado de um "não" que ficou nas entrelinhas.

***
Mudar é preciso.Sair da zona de conforto.Dar espaço para o novo.E todos esses clichês, mas mudar é bom porque você percebe o quanto você se esforça para se reinventar e se adaptar ao temido "novo".