11 de setembro de 2013

COMO SE FOSSE A PRIMEIRA VEZ


Já carrego um fardo pesado demais para você chegar e sutilmente insinuar que parte da sua alegria e satisfação vai depender de mim. Eu quero o caminho mais simples, as coisas mais fáceis e muita leveza para lidar com todas as pedras do caminho. Até porque eu já conheço essas pedras. Logo, se eu já conheço as pedras e também conheço a dor de cada tombo porque fico agindo como se fosse a primeira vez?

Me sinto cansada de experimentar as mesmas sensações. Seria porque eu valorizo demais as sensações ruins e esqueço como é bom recordar das boas? Pode ser. Valorizo demais o negativo e pouco dou valor ao que realmente importa. Se alguém pudesse me dar um presente, eu pediria para que me ensinassem a ver a vida por uma perspectiva mais leve e feliz. Que eu me recordasse mais dos pequenos prazeres e menos dos grandes dissabores.
Ser feliz é uma escolha. Se é assim, quero ser feliz hoje, amanhã e para sempre.

***
Pare de me tratar como se eu fosse importante. Não me faça acreditar que você realmente se importa. Apenas decida-se e pare de mentir para mim. E para você. Pare de tentar me prender em sua teia. Eu não sou sua. Quero te ter como sou, mas nem por isso ser sua, já dizia a música. Me liberte do sentimento, me liberte da esperança. Me devolva a dolorosa realidade, mas por favor, diga a verdade.

***
O que é certo, o que é errado?
Não foi premeditado.
Nossos olhos e destinos se cruzaram
Dividimos os nossos fracassos
Te disse que não queria ir
Me disse que não queria me deixar
Fiquei um pouco mais
Tempo suficiente para provar seu gosto
Tempo insuficiente para saciar a vontade
Uma vida inteira talvez não fosse o bastante
Mesmo perto de mim, parecia tão distante
Não nos entendemos mais
Depois de dias de guerra
Suplico por dias de paz
Paz para os meus desejos
Faço as pazes (com os meus desejos)






6 de setembro de 2013

AQUELE VELHO OLHAR


Ser farta, fria e cínica é mais fácil do que ainda se surpreender e esperar o melhor dos outros.
Vai ver o erro está aí: fico superestimando a pessoa e na primeira oportunidade ela vai lá e frustra todas as minhas expectativas! Quantas pessoas também já esperaram mais do que eu poderia dar e eu fui lá e frustrei com os planos delas? 

A gente sempre faz tudo errado, sempre. Valorizamos o errado, condenamos o certo, juramos que isso não vai mais se repetir e lá estamos nós fazendo tudo aquilo que juramos que não íamos fazer nunca mais. Eu quero fazer diferente. Ainda quero manter o velho olhar de antes para me proteger da dor, do frio, do medo, da incerteza. Só quero ver as coisas por outra perspectiva. 

Vou dar o melhor de mim porque se der tudo errado vou ter ao menos a certeza de que a culpa não foi minha. Fiz o melhor. Dentro das minhas possibilidades. E não vou esperar o melhor dos outros porque se der certo será uma alegria e se der errado pelo menos já posso executar o plano B e perder menos tempo com acusações do tipo "eu avisei".

Reclamar menos.
Agir mais.
Esperar menos. 

Não esperava que o velho olhar se transformasse tanto assim, mas pensando bem, não sou mulher de ficar esperando!




5 de setembro de 2013

DOAR (INDIVIDUALIDADE)


Ainda gostaria que fossemos dois indivíduos. Duas pessoas com um sentimento em comum e o compromisso mútuo de nos fazermos felizes enquanto o tempo durar. Óbvio que tem dias que não consigo nem me fazer feliz, quanto mais você. E vice-versa. Dizem que isso é normal, afinal.

Aliás, dizem muita coisa sobre relacionamentos a dois. Não tenho muita experiência nisso. Disse isso a você antes de começarmos. Sempre fui muito livre, independente, e quando precisava decidir algo, decidia sozinha. Desde que você chegou admito que a vida ficou mais divertida mas ainda me atrapalho. 

De repente sair com minhas amigas virou um drama. Ou fazer um trabalho da pós. Ou simplesmente ficar sozinha no meu canto. Ou um jantar em família. Um hobby. Esses pequenos detalhes da minha vida sem você que eram tão facilmente administrados outrora agora viraram itens na minha agenda a ser negociados com bandeiras brancas e súplicas de paz. 

Você faz beicinho e diz que não ligo para você. 
Não o amo o suficiente. 
Sou egoísta. 
Tenho outro em vista.
E quem é aquele cara mesmo que curtiu sua foto no facebook?

E eu viro um poço de culpa. Mesmo que depois do jantar com minhas amigas eu ainda vá à sua casa. Mesmo que te convide para jantar com meus pais. Mesmo que te convide para ajudar a fazer minha monografia. Mesmo que eu me dê inteira para você. Parece que não é o suficiente. Você age como se eu estivesse te escondendo algo ou te excluindo da minha rotina. Age como se eu precisasse ficar 24 horas por dia, sete dias por semana girando em torno de você em órbita.

Não quero me sentir sufocada. 
Oprimida.
Até mesmo culpada.

Quero ser a mesma de sempre e não aquela que se adapta ao jeito do cara que eu me relaciono. Se me conheceu e se apaixonou por mim dessa maneira por que querer me transformar em alguém que parece comigo, fala do mesmo jeito que eu, mas não sou eu? Para se arrepender depois? 

Quero que acredite em mim e me dê um voto de confiança. Por que é tão difícil acreditar em mim? Por que é tão difícil "me soltar" por uns instantes? 

Não sei se estou agindo certo, mas estou tentando dar o melhor de mim. Óbvio que estou sujeita a errar ao longo do caminho. Mas você também está. Eu sou falível. Admito minhas fraquezas. Admito que tem dias que eu preferia não estar com você e ter minha vida tranquila de volta. Admito que tenho medo de ficar sozinha. Sou toda medo, incertezas, dúvidas, mas também tenho vontade de acertar e desejo meu final feliz. Quero descomplicar, quero cessar fogo, quero confiar, quero ser inteiro. E te quero inteiro. E para tudo isso acontecer, é preciso ser humilde, estar disposto e se doar. Vamos tentar de novo?


3 de setembro de 2013

CONTROVÉRSIA


Já não tenho tanta certeza se quero ouvir o que você tem a dizer. É que você pode me pegar desprevenida e me deixar sem argumentos bons. De repente eu não goste. Mas é a lei natural da vida: quem fala o quer, pode escutar o que não aguenta e como neste caso eu acho que já disse tudo o que quis, bem, nada mais natural do que escutar. E me sentir contrariada. Ofendida. Chateada.

Talvez eu ouça tudo aquilo que já estou careca de saber. Não vai surpreender, mas vai irritar da mesma maneira. Adiar o momento faz a chama da raiva dar uma acalmada. De repente faz você esquecer porque dói. Mas se eu estiver curada, para que deixar essa pauta voltar das cinzas? Recaídas neste caso não são benéficas. Estou sendo covarde, admito. Precisamos deste conflito, na verdade. Ou para irmos adiante. Ou para irmos a lugar algum. Ou para encontrar um caminho mais leve nesta estrada cheia de perigos.