25 de março de 2016

DE PROPÓSITO



Enquanto secava a louça, pensava sobre o propósito.
Já havia falado anteriormente sobre isso em um dos meus primeiros posts, vide link aqui.

Desde o dia que escrevi este post, em meados de julho de 2011, muitas coisas aconteceram em minha vida desde então. Houve mais riso do que lágrimas, mais luta do que luto e mais ganho do que perdas. Apenas uma coisa não mudou: minha busca por um propósito.

Não que eu tenha pensado todos os dias nisso, os incêndios do meu cotidiano me impediram de ficar perseguindo essa meta o tempo todo. Porém alguns pequenos dissabores me fizeram refletir sobre o tipo de vida que estava levando, um pouco menos próspera e mais cansativa do que eu imaginava.

Muitos amigos tentaram abrir os olhos, sempre lembrando que eu precisava descansar, que a vida não é só trabalho. Concordo, mas nunca fui uma pessoa de planejamento, e isso atrapalha muito quando se deseja tirar férias. Precisa-se pesquisar o destino, comprar passagens, reservar hotéis, fazer roteiros. Nisso sou muito incompetente, reconheço.

Os dias passaram: viraram meses, completaram um ano inteiro. Não saí de férias. Muito menos meu espírito contestador: este estava furioso. Pelo cansaço, pelas reclamações que eu sabia que tinham seu fundamento, mas que infelizmente eu não tinha autonomia para solucionar, infelizmente. 

Meu espírito contestador, ou minha consciência tropeçaram na angústia desse tal de propósito. Não conseguia enxergar qual era o meu até aquele momento. De início assinei a revista vida simples para aplacar a ansiedade e buscar respostas para minhas dúvidas.

Não encontrei (respostas) para tudo, mas descobri um livro chamado "A magia da arrumação", da japonesa Marie Kondo. Me considerando bagunceira, comprei-o. E através dele descobri o livro "Recalculando a Rota", da brasileira Alana Trauczynski. Uma mulher que viajou o mundo inteiro para buscar o mesmo que eu buscava: sentido, significado, propósito.

Sua história me ensinou muito. Em resumo, ao ler o relato de sua jornada e seus erros, reconheci alguns dos meus, como a mania de julgar os outros, se achar muito esperta. Tanto ela quanto eu aprendemos nossas lições, cada uma a sua maneira. Talvez senão fosse por ela, não teria visto estes meus maus modos, não teria mudado a perspectiva sobre mim mesma. Ainda estaria iludida achando que estava tudo certo. 

Voltando a Marie Kondo, o seu livro me inspirou a me desfazer de muitas coisas que não me traziam felicidade. É libertador você pegar um objeto e simplesmente pensar: isso me faz feliz, de verdade? Nessa brincadeira eu joguei 10 sacos de 30 litros de coisas inúteis no lixo. Doei roupas que não me serviam mais. Achei até lápis de cor, que foram úteis à minha vizinha de seis anos.

E a descoberta do meu propósito
Veio do nada, durante o meu expediente. Uma conhecida me mandou uma mensagem inbox dizendo que os votos de feliz ano novo que lhe fiz no início de 2015 lhe deram coragem para ir atrás de sua felicidade, de seu...propósito.

Fiquei parada uns cinco minutos pensando: é sério isso? O que eu escrevi teve o poder de tocar alguém a ponto de arregaçar as mangas e buscar o melhor para si? 

Então é isso: independente de dar retorno financeiro, de ser popular ou não, de ter um bom layout ou não. Nada disso importa. O que importa é que tanto esse texto quanto qualquer outro que eu tenha escrito até aqui aqueça o coração. Faça você parar e refletir com carinho sobre suas escolhas. Demorei, mas eu encontrei (o meu propósito).

PS: e você, para quem eu escrevi, obrigada pelo feedback!