11 de julho de 2012

CAINDO EM SI


"Formamos um círculo só de garotas e nossos vestidos de festa se agitavam alegramente; todas estavam felizes, sorrindo e gargalhando, lindíssimas. Alguém me entregou a pequena Holly e nós giramos juntas, impulsionadas pelas mãos de todas as minhas irmãs. Rodopiando e rindo diante de seus rostos radiantes, eu me lembrei de uma coisa que nem percebi que havia esquecido: Aidan não era o único ser humano que eu amava; eu amava outras pessoas também. Amava minhas irmãs, amava minha mãe, amava meu pai, amava minhas sobrinhas, amava meus sobrinhos, amava Jacqui. Naquele momento eu amava todo mundo"

Esse parágrafo eu tirei de um livro da escritora irlandensa Marian Keyes, chamado "Tem alguém aí?", que conta a história de Anna, que sofre um acidente de carro e tenta voltar a sua rotina, mas para isso ela enfrentará muitas dificuldades no meio da caminho.

Sempre me emociono quando leio este parágrafo. Sério. Significa muito para mim. Num nível dos meus olhos ficarem cheios de lágrimas e minha voz ficar embargada. Por quê? Quando eu comprei esse livro, eu passava por uma situação delicada da minha vida: estava sem emprego, tinha perdido o homem que eu amava para a distância, estava me sentindo sozinha e assim como Anna, louca para retomar minha rotina, mas as coisas insistiam em dar errado.

Então quando cheguei nesse parágrafo, assim como a protagonista, eu também me toquei que meu coração não pertencia só ao homem que tanto amava. Pertencia aos meus pais, meus irmãos, meus amigos. Mesmo que eu não demonstrasse. E percebi que era nessas pessoas que significam tanto que eu deveria, devo e sempre deverei me concentrar. Porque são elas que seguram minha onda quando a casa cai. Não o homem que eu amava. E entender que eu deveria tocar minha vida adiante, excluindo o Pedro (vamos chamá-lo de Pedro) da minha vida foi a coisa mais difícil que eu fiz. Porque eu não queria dizer adeus. A ele. E ao que sentia por ele. Mas se fez necessário. Às vezes a gente se concentra demais em uma pessoa e se esquece do todo. De todos. Que realmente importam. Que vão te oferecer o ombro e o colo. E este parágrafo serve como lembrete. Pedro não me ama, mas tem quem me ame. E isso é o que basta para a vida se tornar mais alegre. Fazer sentido.
E você? Já amou tanto alguém a ponto de se esquecer de tudo, até de si mesmo?

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