12 de abril de 2012

SOBRE O TEMPO


O tempo é relativo.
Tão relativo que fez os nove anos que a gente não se via se transformar em "ontem".
Porque me pareceu que foi ontem, não em meados de 2003.
Você não mudou nada. Quer dizer, mudou sim. Está com cara de homem, não ostenta aquela
cara de moleque de outrora.
E eu devo ter mudado muito, no seu ponto de vista.
Porque você só percebeu que era eu quando eu te disse "oi", muito segura de mim mesma,
a propósito.
Depois daquela festa do reencontro, do clichê "você sumiu" fomos nos dedicar aquela coisa maravilhosa que é cuidar da vida alheia.
Aqueles guris que eu achava tão OK, tão normais... Senão estão casados, vão se casar em breve! Inclusive você!
E eu, que sempre me dei importância, ora, eu estou na pista.
E é nessa hora que eu percebi que não me ressentia de não ter uma aliança, de não ter um compromisso, de estar sozinha.
Se todos os meus amigos estão felizes em seus relacionamentos, não tem como não ficar feliz por eles. Foram mais ou menos cinco anos acompanhando nossos pequenos dilemas de amores não correspondidos, baixa auto-estima, bagunça, incerteza, perdas. Todas as dores que implica se tornar adulto.
Naquela época, eu parecia ter todas as respostas.
Naquela época, eu achava tudo um fardo. De tão chato que era.
Eu estava errada. Porque houve dias ruins. Mas houve dias de muita alegria, bagunça, diversão e cumplicidade.
Às vezes eu me pego dando risada sozinha do dia que puxaram minha cadeira e eu caí no chão. Ou daquele dia em que todo mundo ficou sério porque minha mãe tinha machucado o braço e estava no hospital. São tantas histórias absurdas que não me lembro agora, mas sempre rolam flashbacks incríveis.
Então envelhecer é isso: se antes marcávamos festinhas ou rolês pelo centro, hoje marcamos casamentos e batizados!
Se te reencontrar foi ruim?
Que nada, foi uma delícia.
Às vezes eu ficava com dúvidas de como eu me recordaria dos tempos de colégio. Você veio
para ratificar que eu me lembro com uma nostalgia gostosa, sem ressentimentos.
Sobre o que consegui neste nove anos de ausência, você me pergunta? 
Um diploma, um livro não-publicado, um blog de chick-lit, algumas dívidas, algumas cicatrizes, poucos e verdadeiros amigos e muita história para contar. E não posso deixar de mencionar que cortei os cabelos que vocês colocaram na lista de "Coisas que a mulher perfeita deve ter" que foi feita em meados de 2001, numa aula tediosa de matemática. Mas as pernas, os peitos e o cérebro continuam intactos ;D



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