22 de junho de 2012

BRINCANDO COM FOGO


Você não liga para falar comigo. E nunca vai ligar. Mas quando eu atendo o telefone, eu sei que é a minha voz que você quer ouvir. E isso não é suficiente. Precisa falar. Das suas vontades e dos seus desejos. Fico indecisa. Devo fingir que não ouço? Peço para isso parar? Levo na brincadeira? Ligo o botão do f*da-se? Fujo?

Já ouvi tantas coisas, tantas promessas. Você não prometeu nada. E posa de vítima. Me diverte, porque no fundo eu gosto. E do mesmo jeito que você quer me ouvir, eu também quero te escutar. No começo eu não queria. Mas agora eu quero. Só o timbre da sua voz já me conforta. Nem precisa dirigir a palavra a mim. Desde que eu te ouça. E esse é o nosso segredo. Pelo menos eu acho que é um segredo. Ou era.

Admito que gostaria de ver mais ação e menos conversa. Mas cadê coragem? É complicação demais. E ando preguiçosa, ultimamente. Quanto mais simples para mim, melhor. Minha vida já esteve tão complicada e agora que parece que está tudo em ordem, lá vem você bagunçar tudo. E sabe o que é pior? Nem autoridade para dizer que não é para fazer bagunça, eu tenho! 

Não tem nada a ver com amor. Eu lido bem com sua ausência. Nem tem a ver com amizade, porque afinal você não me deu prova alguma que somos amigos. Nem participamos da vida um do outro. É apenas uma curiosidade. De saber até onde você quer chegar com essa situação em que você me colocou e eu me permito ficar. E tudo depende de ir adiante ou recuar. Pagar para ver. Ou não. Tem a ver com saber o que você quer. E o que eu posso te dar.



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